08/09/2023 às 09h12min - Atualizada em 08/09/2023 às 09h12min

Infraestrutura sustentável abre portas para aportes em energia, transporte e indústria no Brasil, dizem gestores

Investimentos em infraestrutura não passa de 2% do PIB, mas modernização demanda o dobro disso, diz Rodrigo Rocha, sócio da Vinci Partners

AB Notícia News
InfoMoney
(Getty Images)

Os desafios da mitigação das mudanças climáticas e da adaptação das economias a uma nova realidade ambiental vão demandar investimentos globais de cerca de US$ 90 trilhões até 2030, de acordo com relatório da Global Commission on the Economy and Climate (SEI). O aporte, direcionado principalmente à área de energia sustentável, deve abrir muitas oportunidades em projetos no Brasil, incluindo novos ativos para as carteiras de longo prazo dos investidores.

Os investimentos em infraestrutura no Brasil ainda são muito baixos se comparados à realidade internacional, não passando de 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Na opinião de Rodrigo Rocha, sócio da Vinci Partners, a necessária modernização da infraestrutura do País demandaria um volume de 1,8 a 2 vezes maior.

“Ainda falta muito investimento, e são muitas as oportunidades, em áreas como energia, transporte, saneamento, telecomunicações”, destacou durante painel na Expert XP 2023, na última semana. Segundo ele, o ponto agora é que toda a infraestrutura que vai ser implantada daqui em diante precisa ter o viés da sustentabilidade.

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Rocha lembra que um relatório da consultoria McKinsey constatou que serão necessários US$ 20 trilhões para descarbonização da economia da América Latina, sendo US$ 7 trilhões apenas para o Brasil. Nesse processo, estão incluídos os segmentos de mobilidade, agricultura, energia, construção, combustíveis fósseis, hidrogênio e biocombustíveis, florestas, indústria, entre outros.

Da perspectiva dos investimentos, ele vê condições de o Brasil atrair capital global para a transição, à medida que o risco climático é problema do mundo todo, e não apenas do País. “Com isso, é possível atrair capital internacional para modernização da infraestrutura brasileira”, afirmou, ressaltando que existem oportunidades tanto em setores que contribuem para a mitigação das mudanças climáticas quanto naqueles ligados à adaptação da economia aos efeitos que já são irreversíveis.

Por isso, a Vinci tem feito investimentos com foco em geração renovável de energia (matrizes solar e eólica e pequenas centrais hidrelétricas), água e saneamento, e aplicações de tecnologias verdes na infraestrutura (eficiência, baterias, biogás e hidrogênio verde). No caso da água, a tese considera o potencial do mercado diante de uma realidade em que 100 milhões de pessoas não têm acesso a água potável no Brasil e 40% da água tratada é perdida antes de chegar à população.

 

Essa tese é abrangente, com muitas oportunidades no Brasil”, disse. Para fazer os investimentos, a gestora adota duas condições elegibilidade para cada ativo: potencial de retorno e capacidade de demonstrar que tem impacto positivo para o clima.

Os investidores interessados em exposição à criação e aprimoramento da infraestrutura sustentável podem escolher entre vários canais para investir: fundos, compra direta de ações de empresas listadas, aquisição de títulos de dívida (as empresas do setor de infraestrutura normalmente tomam dinheiro no mercado, inclusive via debêntures incentivadas, com isenção fiscal para o investidor pessoa física), fundos de investimento em infraestrutura (FIPs-IE) e fundos de crédito em infraestrutura.

 


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