Erdogan, membro da Otan, se reúne com Putin na Rússia

A principal pauta do encontro era a retomada do acordo de exportação de grãos ucranianos, praticamente parada desde o início da guerra.

Rússia e Ucrânia estão entre os principais produtores e exportadores de trigo, cevada, milho e semente e óleo de girassol no mudo, e foi graças a um acordo mediado pela Turquia e pela Organização das Nações Unidas (ONU), que o preço dos alimentos não disparou apesar da falta de abastecimento dos grãos.

Mas a Rússia abandonou o acordo em julho. No encontro, Putin disse que seu país "foi forçado a sair do acordo" para a exportação de grãos. O líder russo negou haver crise na distribuição de alimentos no mundo - apesar de a Organização Mundial do Comércio (OMC) e diversos países dizerem o contrário.

E disse que voltará ao acordo "uma vez que outras negociações sejam feitas" - ele não afirmou a qual acordo se referia, mas, também nesta segunda, alegou que nunca se opôs a conversas com a Ucrânia para o fim da guerra.

Erdogan é um dos poucos líderes da Otan - a aliança militar do Ocidente que o Kremlin considera inimiga - que mantém boas relações com Putin.

Os vínculos estreitos, mas em alguns momentos turbulentos, entre os dois presidentes parecem ter se tornado ainda mais fortes desde que a Rússia iniciou a operação militar na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

A Rússia abandonou em julho o acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos, crucial para o abastecimento de alimentos ao redor do planeta. Moscou alega que seus cereais e fertilizantes estão bloqueados pelas sanções ocidentais.

Desde então, a Rússia ameaça atacar os navios que zarpam dos portos ucranianos no Mar Negro e intensificou os bombardeios contra as infraestruturas portuárias do país vizinho.