O vereador e presidente da Câmara Municipal de BH, Gabriel Azevedo (sem partido), acusou um secretário de Estado do Governo de Minas Gerais e um secretário da Prefeitura de BH de ameaçar parlamentares da Casa. Sem citar nomes, Azevedo disse que seu advogado foi alvo de ameaças por parte do alto escalão de Zema, enquanto vereadores ligados a ele foram coagidos pela pessoa ligada a Fuad Noman (PSD). As denúncias de Gabriel acontecem após uma reunião ordinária nesta sexta-feira (1°/9), na qual foram discutidas as aberturas de processo de cassação contra ele e o vereador Marcos Crispim (Podemos).
Gabriel também acusou diretamente o prefeito Fuad de oferecer "vantagens financeiras e cargos" em troca de apoio à cassação dele. Também disse que o chefe do Executivo municipal telefonou para um empresário ligado ao Partido Novo para coagir a bancada da legenda, hoje formada pelos vereadores Fernanda Pereira Altoé, Braulio Lara e Marcela Trópia.
Outra acusação do presidente da Câmara foi contra os ex-vereadores Léo Burguês e Wellington Magalhães. Segundo ele, os dois também ameaçaram vereadores da Casa. Magalhães foi cassado em 2019, enquanto Burguês renunciou no primeiro semestre deste ano antes da abertura de um processo de cassação.
O vereador Gilson Guimarães (Rede) se colocou como um dos ameaçados. Membro da base de governo, ele tem se manifestado contra a abertura dos processos de cassação contra Gabriel e Crispim. "Estou sofrendo retaliações. Meu telefone não para de tocar. Prefiro não citar nomes. Quero deixar bem claro para a população: se as coisas não acontecerem é porque este vereador teve uma decisão própria", disse. O vereador chegou a falar que teria uma reunião na manhã desta sexta com o secretário municipal de Governo, Castellar Guimarães Neto, mas preferiu se ausentar da agenda.
Diante das acusações, os vereadores afirmaram que vão registrar um boletim de ocorrência na polícia. Também será solicitada proteção por para da Polícia Militar de Minas Gerais.