29/08/2023 às 18h17min - Atualizada em 30/08/2023 às 00h00min

Acúmulo de gordura no fígado pode aumentar em 30% o risco de diabetes

Doença é silenciosa e o emagrecimento é o tratamento mais eficaz

Naves Coelho
Freepik

Praticar atividade física, fazer dieta, ter uma alimentação saudável ainda são praticas incomuns na vida da maioria dos brasileiros. Mas ter uma vida sedentária, consumir alimentos gordurosos traz diversos riscos para a saúde, além de contribuir para aparição de algumas doenças que muitas vezes são silenciosas e só são detectadas em estágios mais avançados. Um exemplo é a esteatose hepática, conhecida popularmente como gordura no fígado.

Além de ser uma doença grave que pode evoluir para quadro mais grave, causando uma inflamação crônica e danos no tecido hepático, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), concluiu que adultos brasileiros que possuem a enfermidade, têm 30% mais risco de desenvolverem diabetes tipo 2.

Usando como base o estudo chamado ELSA-Brasil (Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto), a pesquisa acompanhou 8.166 adultos (servidores públicos ou aposentados), com idades entre 35 e 74 anos, de seis capitais do Brasil. Os voluntários foram avaliados por cerca de 3,8 anos. Foram excluídos os participantes com diabetes no início do estudo, além daqueles que relataram consumo excessivo de álcool com hepatite ou cirrose. Estima-se que a esteatose atinja ao menos 25% da população adulta – na amostra avaliada a doença estava presente em 35,5% dos voluntários.

Para detectar a doença, os especialistas usaram a ultrassonografia abdominal. Mas o diagnóstico também pode ser feito por outros exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, além de biópsia do fígado. Durante o acompanhamento, a incidência de diabetes foi de 5,25% em todo o grupo de participantes, sendo de 7,83% entre as pessoas com esteatose hepática e de 3,88% naqueles sem a esteatose. Isso significa um risco aumentado de 30% de desenvolver diabetes.

O hepatologista da Clínica de Gastrohepatologia do Hospital Felício Rocho, Antônio Márcio de Faria, explica que o ultrassom é o exame que vai mostrar a presença da gordura do fígado. Mas, ao constatar o problema, análises complementares devem ser realizadas. “O ultrassom vai acender o alerta, mas a partir dele precisamos fazer uma investigação mais profunda para determinar o melhor tratamento”, explica.

A esteatose hepática é uma doença silenciosa e por isso muito perigosa. Segundo o coordenador na maioria dos casos, o fígado não costuma apresentar sintomas quando a doença está em seu estágio inicial. “Não existem sinais específicos. Os sintomas só aparecerão quando a doença estiver em um estágio mais avançado, ou seja, em uma fase mais tardia. O recomendado é que consigamos detecta-la antes”, ressalta.

E, como toda a doença, assim que detectada, ela precisa ser tratada imediatamente. “Essa inflamação precisa ser tratada o mais rápido possível, assim evitamos a evolução para um quadro mais grave. Para isso é muito importante praticar atividade física para diminuir a gordura visceral e fazer uma dieta com acompanhamento de um profissional”, destaca.


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