28/08/2023 às 12h27min - Atualizada em 28/08/2023 às 12h27min

Justiça condena a 14 anos de prisão homem que atirou no rosto de mulher trans no Centro de Niterói

Marciano da Silva Marques foi condenado por tentativa de homicídio triplamente qualificado e tentado. Vítima diz que ainda teme por sua segurança.

AB Notícia News
g1
Arquivo pessoal

O Tribunal de Justiça do Rio condenou a 14 anos de prisão pelos crimes de tentativa de homicídio triplamente qualificado e tentado, o mototaxista Marciano da Silva Marques, de 46 anos, que atacou a tiros a transexual Nycole da Silva Pinto, de 28, quando ela fazia uma oferenda no Centro de Niterói. O crime aconteceu em novembro de 2022.

A sentença, do dia 15 de agosto, saiu após decisão do Tribunal do Júri, presidido pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce.

As investigações indicaram que Nycole foi vítima de tentativa de homicídio por conta de sua orientação sexual e em decorrência de religião — a umbanda.

 

A vítima contou que o que Marciano e o filho disseram: “Você gosta de macumba? Eu odeio, não gosto de gente macumbeira. Você está fazendo macumba para a pessoa errada.” Em seguida, o homem sacou uma arma e atirou no rosto dela.

Imagens de câmeras de segurança registraram o ataque. Marciano estava na garupa da moto pilotada pelo filho, então com 17 anos.

O adolescente respondeu por ato infracional análogo aos delitos de homicídio qualificado na forma tentada e por fato análogo a racismo e injúria por preconceito.

 

Ao g1, Nycole, que chegou a ficar internada após o ataque e tem a bala alojada na cabeça, contou que teme por sua segurança. O crime aconteceu na Praça São João, no Centro de Niterói.

"Estou feliz, porém não satisfeita. Não me sinto segura, porque a gente sabe que pena no Brasil é cumprida pela metade. Ele, com bom comportamento, daqui a pouco já está nas ruas. Eu também não me sinto segura, porque ele estava com o filho", diz a jovem.

A vítima lembra que o filho não ficou nem 1 ano no internato.

 

"A minha vida está parada por medo. Estou com trauma, porque não sei o que pode acontecer. Se ele [o filho] teve a coragem de tentar contra a minha vida no Centro de Niterói, quem diz que ele não tenha coragem de voltar e tentar fazer algo com a minha vida? Desde quando isso aconteceu, a minha vida mudou na questão da segurança. Eu não tenho mais paz e segurança, por mais que ele [Marciano] esteja condenado."


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