15/08/2023 às 08h22min - Atualizada em 15/08/2023 às 08h22min

Depois de falir três negócios, ela prevê faturar R$ 9 milhões ensinando a fazer bolos

Nova aposta de Bruna Rebelo é a Cakelover Confeitaria, com comércio de doces por encomenda e delivery

AB Notícia News
Revista PEGN
Iza Costa/Divulgação

Quando saiu da faculdade de gastronomia, em 2009, a confeiteira Bruna Rebelo, 35 anos, de cara se aventurou no empreendedorismo. À época, ela e os irmãos herdaram o buffet da mãe, que funcionava numa cozinha instalada na garagem de casa. O negócio não vingou por falta de gestão financeira, mesmo problema que levou à falência outras duas investidas: uma padaria e a venda de marmitas fitness.

Só quando focou na confeitaria é que o sucesso deu o ar da graça para a empreendedora. Hoje, somando mais de 32 mil inscritos em suas aulas, ela coleciona números surpreendentes. Com os cursos online, sua principal fonte de renda, faturou R$ 5,9 milhões no ano passado e espera alcançar R$ 8,7 milhões até o fim de dezembro. Outros negócios paralelos, como a loja de produtos online, devem render pelo menos mais de R$ 1 milhão.

De volta à produção de guloseimas, Bruna Rebelo está inaugurando uma confeitaria que vai vender produtos sob encomenda e por delivery, com a qual espera agregar outros R$ 150 mil mensais aos seus ganhos.

 

Além do buffet que era da mãe e não durou muito, a empreendedora tentou investir na panificação, depois de se especializar na área. Até foi feito um investimento inicial, mas sem planos de negócio, a aposta também não foi para a frente. A sorte é que Bruna fazia bolos e doces de festa, paralelamente.

Em 2014, ficou doente e internada. Como consequência, perdeu a clientela. Decidiu empreender produzindo marmitas saudáveis, algo que não curtia fazer, mas rendia uma grana. Sem gerir bem o lado financeiro, o empreendimento também se tornou insustentável.

Por outro lado, os bolos sempre foram sua paixão, mesmo ela não tendo domínio sobre as técnicas. Chegou a ouvir de uma cliente que eles “eram deliciosos, mas muito feios”. Foi o motivo que a levou a se aprofundar no tema. Quando conheceu o buttercream (creme de manteiga), encontrou nele o que faltava para a carreira decolar. A partir daí, seus bolos passaram a ter acabamento bem mais bonito.

Deu certo, também, de Bruna participar do Fecha a Conta Bolos, no programa Mais Você, de Ana Maria Braga. Saiu de lá superconfiante e focada em empreender com os bolos.

Sem investimento inicial, gravou cursos amadores sobre como fazer o buttercream. O primeiro foi em 2018 e era oferecido em aulas que ela dava com lives no Instagram. O negócio deu certo e cresceu.

Atualmente, são mais de dez cursos no portfólio, sendo que o primeiro gravado profissionalmente só foi lançado em junho de 2019, gravado no miniestúdio que ela construiu em casa.

“Os lançamentos de novos grupos dependem de demanda. Já os valores variam conforme o curso”, conta a empreendedora, que emprega 17 pessoas e formou mais de 50 turmas de alunos. O conjunto de aulas custa de R$ 167 até R$ 1.997. Além disso, ela oferece dois programas de mentoria — um no valor de R$ 6 mil e outro a R$ 20 mil.

Além disso, há ganhos com publicidade e palavras monetizadas, que representam 5% do seu faturamento. Sua loja online, de produtos culinários, movimentou R$ 550 mil ano passado e espera bater a casa de R$ 1 milhão em 2023.

Neste ano, Bruna retomou a produção de bolos e está aceitando encomendas, além de atender delivery com a Cakelovers Confeitaria. O menor bolo disponível tem 13 cm de diâmetro, serve 7 fatias e pesa em torno de 1 kg. Seu preço é de aproximadamente R$ 210.

Na recém-lançada loja de doces, foram investidos em torno de R$ 100 mil, já que a sócia possuía cozinha industrial, dispensando compra de equipamentos. A Cakelovers Confeitaria oferece uma gama de doces, vendidos em plataforma própria para delivery ou serviços de aplicativo, para determinadas áreas de São Paulo. Há disponíveis bolos de pote, gelado e fatias, além de cookies, bem-casados e brigadeiros.

“Sempre quis retomar a venda dos meus produtos, só que nunca conseguia tempo. Conversando com uma amiga, decidimos entrar em sociedade para juntarmos forças”, revela. Não há lojas físicas — e as sócias nem planejam ter, segundo a empreendedora.

Para o futuro, os planos são consolidar o projeto da confeitaria. “A ideia é realmente crescer muito a marca e abrir diversos pontos de venda em toda São Paulo”. Em relação aos cursos, o foco é seguir com o trabalho já bastante estruturado e, assim que possível, abrir uma escola presencial de confeitaria. “Depois de tudo o que vivi, aprendi que, sem gestão financeira, nenhum negócio vai pra frente”, finaliza.


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