10/08/2023 às 09h44min - Atualizada em 10/08/2023 às 09h44min

Biden assina ordem para restringir investimento em tecnologia chinesa

Medida quer limitar capacidade da China de usar recursos vindos dos EUA para fortalecer suas Forças Armadas. Ordem passará pelo Legislativo.

AB Notícia News
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Casa Branca/via REUTERS

Em um sinal de acirramento de tensões entre as duas maiores potências do mundo, o presidente dos Estados UnidosJoe Biden, assinou nesta quarta-feira (9) uma ordem executiva que pretende bloquear e regular os investimentos em alta tecnologia de empresas dos EUA na China.

O bloqueio abrange chips de computador avançados, microeletrônica, tecnologias de informação quântica e inteligência artificial. A ideia é colocar ainda mais limite e controle na exportação de equipamentos de alta tecnologia chinesas - no ano passado, o governo dos EUA lançou um conjunto de sanções que, entre outras coisas, restringe a produção de microchips no país asiático.

 

Altos funcionários do governo disseram que o objetivo da nova medida é a segurança nacional e não interesses econômicos.

 

A ordem assinada por Biden pretende limitar a capacidade da China de usar os investimentos dos EUA em suas empresas de tecnologia para fortalecer suas Forças Armadas, ao mesmo tempo em que preserva níveis mais amplos de comércio que são vitais para as economias de ambas as nações.

 

Segundo membros do alto escalão do governo Biden, a China vem usando os investimentos dos EUA para apoiar o desenvolvimento de armas e modernizar suas Forças Armadas.

O governo consultou aliados e a indústria para moldar a ordem executiva, que será submetida ao Congresso e ao Senado dos EUA.

A previsão é que a medida não tenha dificuldades de passar pelas duas Casas porque também é uma prioridade bipartidária. Em julho, por uma votação de 91-6, o Senado acrescentou como uma emenda aos requisitos da Lei de Autorização de Defesa Nacional para monitorar e limitar os investimentos em países preocupantes, incluindo a China.

A medida também dá indícios de que os Estados Unidos e a China estão cada vez mais envolvidos em uma competição geopolítica, em paralelo à profunda relação comercial que existe entre os dois países, as maiores economias do mundo.

 

 

“A mensagem que (a ordem executiva) envia ao mercado pode ser muito mais decisiva”, disse Elaine Dezenski, diretora sênior da Fundação para a Defesa das Democracias. "As empresas norte-americanas e multinacionais já estão reexaminando os riscos de investir na China. Esse esfriamento agora corre o risco de se transformar em um congelamento profundo.”

 

Funcionários do governo Biden afirmaram que não têm interesse em isolar a China. Ainda assim, nos últimos meses, os EUA limitaram a exportação de chips de computador avançados e os investimentos na China e mantiveram as tarifas ampliadas estabelecidas pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump.

Em discurso nesta quarta, Biden afirmou que a economia da China está passando por dificuldades e disse que as ambições do país asiáticos foram contidas após Washington fazer novas alianças com Japão, Coreia do Sul, Austrália e a União Europeia.

 

As tensões entre as duas potências têm se acirrado nos últimos meses.

Em junho, Biden chamou o presidente chinês Xi Jinping de “ditador” depois que os EUA derrubaram um balão espião da China que flutuava sobre os Estados Unidos. O status de Taiwan também têm sido uma fonte de tensão, já que Washington tem mostrado mais apoio a Taipei.

China mostrou proximidade com a Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022, embora Biden tenha notado que a aliança ainda não se estendeu ao envio de armas.


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