07/08/2023 às 12h16min - Atualizada em 07/08/2023 às 12h16min

Economista da Fiesp: indústria não pode pagar conta de outros setores

“Se indústria de transformação tiver as mesmas ferramentas do agro, nós também seremos ‘pop'”, afirma Igor Rocha, economista-chefe da Fiesp

AB Notícia News
Metrópoles
Divulgação/Fiesp

Maior entidade de classe do setor no país, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) entrou de cabeça na campanha pela reforma tributária, uma das prioridades da agenda econômica do governo federal neste primeiro ano de mandato.

 

Em diversas oportunidades, o presidente da instituição, Josué Gomes da Silva, se manifestou favoravelmente à proposta que tramita no Congresso Nacional, idealizada pelo atual secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy. Apesar do apoio, a Fiesp se preocupa com algumas “exceções” incluídas no texto aprovado em dois turnos pela Câmara dos Deputados, que ainda precisa ser analisado pelo Senado.

Em entrevista ao Metrópoles, o economista-chefe da Fiesp, Igor Rocha, afirma que a reforma é necessária e classifica o atual sistema tributário brasileiro como “antigo, obsoleto e caótico”. Segundo ele, no entanto, há o risco de a indústria ser penalizada por possíveis benefícios e regimes “especiais” destinados a outros segmentos da economia nacional.

 

“Não estamos pedindo nenhum tipo de tratamento diferenciado ao segmento A, B ou C. Trata-se apenas de a indústria ter as mesmas ferramentas que os outros setores têm. Se a indústria de transformação tiver as mesmas ferramentas do agro, nós também seremos ‘pop’ e nós também seremos ‘tech’. O que não dá é a indústria ter sempre que pagar a conta”, diz Rocha.

Na conversa com a reportagem, o economista defende uma versão para a indústria do Plano Safra – instituído em 2003 pelo Ministério da Agricultura para fomentar a produção rural brasileira. Rocha projeta uma queda de 0,5% na produção industrial do Brasil em 2023 e diz que a redução da taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual (para 13,25% ao ano) não terá efeito imediato sobre a economia, o que deve ocorrer em apenas seis meses ou até um ano.

 

Leia os principais trechos da entrevista concedida por Igor Rocha ao Metrópoles:

A produção industrial brasileira avançou 0,1% em junho, na comparação com o mês anterior. Mesmo assim, a indústria acumula queda de 0,3% em 2023. Por que o setor industrial do país continua “andando de lado” e não deslancha?


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