31/07/2023 às 08h52min - Atualizada em 31/07/2023 às 08h52min

Detalhes exclusivos: como a polícia chegou até o flamenguista acusado da morte de uma palmeirense

Imagens cruzadas do entorno do estádio Allianz Parque levaram policiais à conclusão de que o torcedor que atirou o objeto foi Jonathan Silva, que foi preso na última terça-feira (25).

AB Notícia News
Fantástico
Reprodução/Fantastico

O Fantástico mostra detalhes inéditos da investigação sobre a morte da jovem Gabriela Anelli, durante uma briga entre torcedores, no ínício de julho.

A partir da análise de imagens e do som de vídeos que registraram a confusão, os policiais chegaram à identidade do homem apontado como suspeito do crime.

 

A garrafa atirada por Jonathan Messias Santos da Silva, torcedor flamenguista, não acertou diretamente Gabriella Anelli, integrante de uma organizada palmeirense. Ela bateu no portão que foi fechado para separar as torcidas dos dois times, e um dos estilhaços de vidro atingiu o pescoço da jovem, provocando o corte em uma artéria.

 

 

Cinco câmeras de segurança flagraram partes da ação que culminou na morte de Gabriella dois dias depois. Os peritos então decidiram juntar essas gravações para tentar definir quem havia atirado o objeto, uma vez que a tese da Justiça, que mandou prender preventivamente o torcedor Leonardo Felipe Xavier Santiago, outro presente no confronto de torcidas.

Quando a investigação começou, a perícia decidiu reunir os cinco vídeos da briga. Dois foram gravados do lado onde estava a torcida do Flamengo, e outros três do lado dos palmeirenses. Analisando momento a momento, eles começaram a entender quem de fato havia atirado a garrafa.

“A partir do momento que a gente sincroniza, a gente sabe exatamente o que acontece desse lado e o que está acontecendo do outro lado. A gente tem a visão privilegiada de 4 lugares diferentes ao mesmo tempo. E aí a gente consegue atrelar cada ação ao que a gente vê de cada lugar”, explicou o perito criminal da Polícia Civil de São Paulo Leandro Santos Lopes.

O quinto vídeo foi descartado porque ele não mostra o que os peritos chamam de “momento crucial”.

 

“Aqui a gente começa a ver que há uma aproximação dos torcedores do Palmeiras em relação ao portão, e de repente um indivíduo aqui, ele se abaixa. Ele pega uma garrafa e aqui a gente vê. A garrafa está na mão dele.
Nesse momento, ele está fazendo uma menção de atirar um objeto. Momentaneamente, esses torcedores do Palmeiras que estão do outro lado do portão começam a fazer um movimento de defesa. E aí eles começam a se afastar do portão. E é o momento em que ele atira o objeto”, detalhou o perito.

 

 

Depois que as imagens sugeriram quem havia atirado a garrafa na direção da jovem palmeirense, os peritos decidiram confirmar tentando isolar o som da ação. Com programas de computador, eles definiram três instantes como formadores desse momento crucial:

- O arremesso da garrafa;
- O portão fechando;
- E Gabriela com a mão no pescoço após ser atingida.

Com esse recurso, três pessoas ficaram entre os possíveis atiradores da garrafa. Dois deles seriam palmeirenses, o que indicaria fogo amigo. E o outro é um homem de camisa cinza, Jonathan. Que a partir desta descoberta, veio a se tornar o foco principal da investigação Polícia Civil.

Jonathan foi preso pela Polícia Civil na última terça-feira em casa, no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele foi levado para São Paulo e está em uma delegacia da Zona Leste da capital paulista. Ele será interrogado durante esta semana, na presença de seus advogados.

A defesa de Jonathan não quis gravar entrevista. Por nota, ela afirmou que o torcedor flamenguista inocente e que já entrou com um pedido para revogar a prisão temporária. Ele poderá ser acusado pelo crime de homicídio doloso – quando há a intenção de matar, mesmo que não tenha havido a intenção de atingir Gabriela quando atirou a garrafa.

 


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