Das urnas espanholas saiu a incerteza. O candidato mais votado, Alberto Nuñez Feijóo, do PP, não tem cadeiras suficientes para formar governo, mesmo com o apoio do Vox, de extrema direita. O segundo mais votado, o atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez, acumula mais chances de obter a maioria no Parlamento, mas a um preço alto: a coligação com os partidos pró-independentistas da Catalunha.
Sánchez conseguiu afastar temporariamente o fantasma da extrema direita, que rondava o Executivo espanhol com a vitória do PP. Seu bloco de esquerda, formado por socialistas do PSOE e o bloco Sumar, tem 122 deputados – 14 a menos do que o bloco da direita formado por PP e Vox.
A equação para alcançar as 176 cadeiras e conseguir se manter no comando do governo espanhol torna-o também refém dos separatistas: o Esquerda Republicana (ERC) e o Junts, o partido de centro-direita pró-independência do ex-presidente catalão Carles Puigdemont, somam 14 assentos no Parlamento eleito este domingo.
Os dois partidos perderam deputados em relação à última eleição legislativa, num indício de que o ideal separatista se esvaziou entre os eleitores.
Com diferenças ideológicas entre si, ainda assim, ambos comungam uma meta — a de não facilitar a vida do primeiro-ministro nas próximas semanas.
“Catalunha ou Vox. Esse é o dilema para Pedro Sánchez e Yolanda Díaz (líder do Sumar). Se eles querem governar seu país, devem respeitar o nosso”, desafiou o porta-voz Gabriel Rufián, do ERC, ao antecipar duras exigências nas negociações com o premiê.
A líder do Junts, Miriam Noguera, adotou uma linha parecida: “Não faremos de Pedro Sánchez primeiro-ministro a troco de nada.”
Isso implica a negociação de anistia para os envolvidos na organização do referendo sobre a independência da Catalunha e a transferência de mais poderes para a região.
Peça fundamental nesta negociação, o ex-governador catalão Carles Puigdemont, que exerce forte influência sobre o partido, está há seis anos exilado na Bélgica. Nesta segunda-feira, ele teve o mandado de captura internacional deferido pela Justiça espanhola, para que seja julgado no país pela tentativa de secessão da Catalunha.
“Um dia você é decisivo para formar um governo espanhol, e, no dia seguinte, a Espanha pede que seja detido", reagiu ele no Twitter.
O emaranhado de pequenos partidos que estão no caminho de Sánchez abrange também separatistas bascos do EH Bildu e os moderados do Partido Nacional Basco, que dificilmente se coligariam ao PP.
Isso implica a negociação de anistia para os envolvidos na organização do referendo sobre a independência da Catalunha e a transferência de mais poderes para a região.
Peça fundamental nesta negociação, o ex-governador catalão Carles Puigdemont, que exerce forte influência sobre o partido, está há seis anos exilado na Bélgica. Nesta segunda-feira, ele teve o mandado de captura internacional deferido pela Justiça espanhola, para que seja julgado no país pela tentativa de secessão da Catalunha.
“Um dia você é decisivo para formar um governo espanhol, e, no dia seguinte, a Espanha pede que seja detido", reagiu ele no Twitter.
O emaranhado de pequenos partidos que estão no caminho de Sánchez abrange também separatistas bascos do EH Bildu e os moderados do Partido Nacional Basco, que dificilmente se coligariam ao PP.