06/07/2023 às 09h01min - Atualizada em 06/07/2023 às 09h01min

Empresários e economistas assinam manifesto em defesa da reforma tributária

Presidente da Câmara trabalha para colocar o tema em votação nesta semana, apesar da resistência de alguns governadores e partidos

AB Notícia News
R7
AGÊNCIA BRASIL/ARQUIVO

projeto de reforma tributária ganhou apoio de peso nesta terça-feira (4). Mais de 60 economistas e empresários assinaram um documento, intitulado "Crescimento econômico e justiça social: um manifesto pela reforma tributária", para endossar a proposta que está sendo debatida na Câmara.

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), trabalha para colocar o tema em votação ainda nesta semana, apesar da resistência de alguns governadores e de bancadas relevantes, como a do PL, que tem 99 deputados. Também existe um problema regimental: os parlamentares precisam analisar antes o projeto que retoma o chamado "voto de qualidade" do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), que tranca a pauta em plenário.

 

Entre os signatários do texto, estão economistas como Affonso Celso Pastore, Andrea Calabi, Arminio Fraga, Edmar Bacha, Maílson da Nóbrega e Samuel Pessoa; secretários e ex-secretários de Fazenda como Carlos Eduardo Xavier, Cristiane Alkmin Junqueira e Helcio Tokeshi; e empresários como Jorge Gerdau (presidente do conselho superior do Movimento Brasil Competitivo) e Pedro Passos (cofundador da Natura).

Eles afirmam que é "consenso que a reforma do sistema tributário brasileiro é necessária e urgente". "Essa mudança tem sido discutida há 35 anos, e a proposta atual foi ampla e democraticamente debatida nos últimos 4 anos", diz o texto.

"Agora, temos a melhor janela para aprovação das últimas décadas — com alinhamento político entre o Congresso, governo federal, maioria dos Estados e municípios e do setor privado. Esta é a nossa oportunidade de deixar um legado de prosperidade, transparência e mais justiça em nosso país."

Pressão

Como antecipou o Estadão, o relator do texto, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), voltou a afirmar ontem que negocia o que poderia ser um meio-termo para a proposta de um Conselho Federativo — que faria a gestão do imposto que unificará ICMS (estadual) e ISS (dos municípios).

Partiu do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), proposta para criar uma câmara de compensação entre os entes federativos. Ele reclama que a centralização prevista no projeto de Ribeiro tiraria a autonomia dos estados.

Secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy advertiu que a proposta do governador paulista traz risco de "calote federativo" entre os estados e também é pior para as empresas, principalmente aquelas que atuam em vários estados do país.

Ele disse ainda ter "certeza" de que a sonegação vai diminuir com a mudança no sistema de impostos. As estimativas feitas pelo Ministério da Fazenda mostram que o chamado "gap de conformidade" poderá cair dos atuais 22% para 14%. Esse indicador significa que, a cada R$ 100 que deveriam ser recolhidos em impostos, R$ 22 deixam de entrar nos cofres públicos.

Após a mobilização promovida por São Paulo, secretários de Fazenda favoráveis à proposta que está na mesa também intensificaram ontem as reuniões com parlamentares, inclusive com o relator. Os principais pontos a ser definidos são o tamanho e os critérios de repartição para o Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) e as atribuições e governança do Conselho Federativo.

"O Acre era contra a criação do Conselho Federativo, pela questão da autonomia, mas, se é para tirar autonomia do próprio Estado e deixar com São Paulo, é melhor o conselho", disse o secretário de Fazenda do Acre, Amarísio Freitas.


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