01/07/2023 às 15h23min - Atualizada em 02/07/2023 às 00h00min

Supermercados dizem que reforma tributária vai aumentar imposto da cesta básica; 'conta está errada', rebate secretário

Estudo da Abras, que representa o setor, fala em alta de 60%, mas Bernardo Appy, secretário extraordinário da reforma tributária, diz que o cálculo não leva em conta redução de custos por meio de créditos tributários a que os estabelecimentos terão acesso com a eventual mudança da legislação.

G1
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/07/01/com-reforma-tributaria-imposto-da-cesta-basica-vai-ficar-muito-proximo-do-atual-diz-appy.ghtml

Estudo da Abras, que representa o setor, fala em alta de 60%, mas Bernardo Appy, secretário extraordinário da reforma tributária, diz que o cálculo não leva em conta redução de custos por meio de créditos tributários a que os estabelecimentos terão acesso com a eventual mudança da legislação. Bernard Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária
Reprodução/TV Globo
Em reunião com o secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apresentou um estudo indicando que a aprovação da reforma com o texto atual levaria a um aumento de 59,83% nos impostos sobre os itens da cesta básica. O encontro aconteceu neste sábado (1º).

No entanto, o cálculo feito pela associação foi alvo de críticas do secretário, que disse que o cálculo não leva em conta redução de custos por meio de créditos tributários a que os estabelecimentos terão acesso com a eventual mudança da legislação.
"A conta que eles trouxeram está errada", afirmou Appy. "Eu tenho certeza de que o número que foi trazido aqui é um número claramente superestimado".
Segundo o secretário, a Abras desconsiderou dois fatores que podem ter um grande impacto no cálculo do percentual de tributos:
A tributação que existe antes da chegada dos produtos aos supermercados (desde a etapa de produção);
A redução de custos dos supermercados devido ao corte de outros tributos, o que é proposto pela reforma.
O secretário afirmou que os impostos cobrados sobre os itens da cesta básica deverão ficar próximos aos percentuais atuais, caso a mudança no sistema tributário brasileiro seja aprovada no Congresso Nacional.
Reforma tributária: veja os principais pontos da proposta do relator
A fala ocorreu após Appy se reunir com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e João Galassi, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em São Paulo, durante a manhã.
A expectativa é que a reforma tributária seja analisada pelo Congresso Nacional em julho deste ano. Haddad disse que a intenção é votar reforma na próxima semana.
"Na verdade, a reforma tributária muda o desenho do sistema tributário brasileiro e ela tem vários efeitos. Eles pegaram uma parte dos efeitos sobre um pedaço da cadeia, que é a venda, e não consideraram todos os outros efeitos", afirmou Appy.
Outra questão levantada pelo secretário foi o impacto do "cashback" (devolução de imposto pago) na população de baixa renda, existente na proposta.
"Com o cashback, o efeito final para todos os consumidores de baixa renda do Brasil vai ser um aumento do poder de compra em relação ao modelo que nós temos hoje, de exoneração da cesta básica, com certeza absoluta", disse.
Varejo critica isenção de imposto em compras internacionais
Jorge Gonçalves Filho (à esquerda), presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV)
Reprodução
Ainda na manhã deste sábado, a equipe do Ministério da Fazenda se reuniu com Jorge Gonçalves Filho, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que criticou a portaria publicada pelo governo federal que deixa de cobrar o Imposto de Importação sobre compras internacionais de até US$ 50 de empresas que aderirem voluntariamente ao programa Remessa Conforme da Receita Federal.
Para se valer da isenção federal, a própria empresa deverá recolher o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é o tributo estadual.
"Nós pedimos essa reunião com o ministro Haddad pra tratarmos das questões das plataformas digitais, crossborder, porque saiu uma portaria com uma redução da alíquota para as importações. Essa redução [...] é prejudicial para o varejo, para a indústria, e poderá levar a um forte desemprego, a fechamento de lojas, ao que não é visível de imediato, mas, da forma que está, pode levar a essas consequências muito ruins para o país".
LEIA TAMBÉM
ENTENDA: remessas de até US$ 50 do exterior de empresas para pessoas físicas passam a ter isenção de impostos federais
Compras internacionais de US$ 50: o que muda para o consumidor com as novas regras
"Nós viemos mostrar para o ministro que precisamos, num curtíssimo prazo, mostrar que não queremos impostos, não queremos aumento de tributo, nós queremos isonomia, que o nosso varejo, quem trabalha aqui, quem vende, a indústria, tenha as mesmas condições de quem traz produto de fora", completou Jorge Gonçalves Filho.

Credito G1



Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/07/01/com-reforma-tributaria-imposto-da-cesta-basica-vai-ficar-muito-proximo-do-atual-diz-appy.ghtml


Link
Notícias Relacionadas »
Mande sua denuncia, vídeo, foto
Atendimento
Mande sua denuncia, vídeo, foto, pra registrar sua denuncia