A história de Gabriel França, de 21 anos, filho de um assentado da reforma agrária, exemplifica essa mudança. Ele deixou o trabalho de tratorista em assentamentos do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, para operar máquinas em uma cooperativa em Naviraí (MS). França é um dos muitos que trocam o trabalho em pequenas propriedades por oportunidades no agronegócio.
O Centro-Oeste também atrai por sua estrutura e qualidade de vida. Ana Maria Nogales Vasconcelos, do Departamento de Estatística da Universidade de Brasília (UnB), destaca que as pessoas estão deixando as periferias das grandes cidades em busca desses fatores.
Um exemplo disso é Abadia de Goiás, que registrou quase o triplo de domicílios em relação ao Censo 2010 e teve a segunda maior taxa de crescimento populacional do Brasil.
O crescimento também traz desafios, como o aumento da demanda por serviços públicos, como saúde e educação. Cleberson Ribeiro de Jesuz, professor da UFMT, ressalta que, apesar do crescimento ser benéfico, ele também traz custos significativos para os municípios.
Nesse contexto, houve uma queda na população de oito das 27 capitais brasileiras, como Rio, Salvador e Belo Horizonte. Por outro lado, as capitais do Centro-Oeste registraram grandes altas: Cuiabá (17,7%), Campo Grande (14,1%), Goiânia (10,4%) e Brasília (9,6%).
Essa mudança populacional é ilustrada pela história de Emerson Nobuyuki Itikawa, de 36 anos, que se mudou de São Paulo para Goiânia após passar em concurso para a Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele descreve a cidade como tranquila, embora mencione desafios, como o sistema de transporte público.