27/06/2023 às 10h18min - Atualizada em 28/06/2023 às 00h00min

Mercado vê 'contaminação' do Copom por pressões políticas após divulgação de ata de reunião

Mercado vê 'contaminação' do Copom por pressões políticas após divulgação de ata de reunião

G1
https://g1.globo.com/economia/blog/ana-flor/post/2023/06/27/mercado-ve-contaminacao-por-pressoes-politicas-em-ata-do-copom.ghtml

Roberto Campos Neto e Lula: para especialistas, a melhora da comunicação poderia acalmar os ânimos
Reuters/Arte g1
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (27) revelou uma divergência entre diretores do Banco Central sobre a possibilidade de abrir a porta para o início da queda da taxa de juros em agosto.

A sinalização, cobrada por governistas, não apareceu no comunicado divulgado na semana passada, assim que saiu a decisão de manutenção da taxa de juros em 13,75%.
Já o documento divulgado nesta terça cita que, na reunião do Copom foi "predominante" a visão de que o aperto monetário pode começar a ser afrouxado a partir de agosto.
O Copom é um colegiado, formado pelo presidente e diretores do Banco Central, responsável por fixar os juros básicos da economia
Segundo economistas e agentes do mercado financeiro ouvidos pelo blog, o Banco Central "escondeu" a divergência, que precisava ter ficado clara já na semana passada para demonstrar tecnicamente os possíveis desdobramentos da reunião.
A divergência indica, segundo as fontes, um claro caminho para um início de ciclo de redução da Selic, até porque devem se somar à diretoria do BC dois novos integrantes indicados pelo presidente Lula – ambos tendem a votar por um início da redução na taxa de juros.
Para fontes que conhecem o funcionamento do Copom, há uma contaminação do colegiado pelas pressões políticas, vindas do governo e de setores da economia, como empresários.
A pressão do presidente Lula tem recaído diretamente sobre Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
A divergência entre os diretores fica explícita no trecho em que se debate se é prematuro neste momento reduzir o aperto monetário.
"Nesse debate, observou-se divergência no Comitê em torno do grau de sinalização em relação aos próximos passos. A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião", diz parte da ata divulgada nesta terça.
"Outro grupo mostrou-se mais cauteloso, enfatizando que a dinâmica desinflacionária ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e que a incerteza sobre o hiato do produto gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário até então implementado", completa o documento.

Credito G1



Fonte: https://g1.globo.com/economia/blog/ana-flor/post/2023/06/27/mercado-ve-contaminacao-por-pressoes-politicas-em-ata-do-copom.ghtml


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