27/06/2023 às 13h48min - Atualizada em 27/06/2023 às 13h48min

Rússia retira acusações contra o grupo paramilitar Wagner

Há meses, Prigozhin vinha tendo desentendimentos com o Ministério da Defesa russo por conta da falta de armas e suprimentos de guerra para suas tropas. A breve rebelião de Yevgeny Prigozhin foi motivada tanto por rivalidades pessoais quanto por diferenças políticas reais com o Kremlin.

AB Notícia News
g1
Serviço de imprensa do Concord via BBC

As autoridades russas anunciaram nesta terça-feira (27) a retirada das acusações contra o grupo paramilitar Wagner, liderado por Yevgueni Prigozhin, que provocou uma crise no fim de semana no Kremlin com um motim abortado em menos de 24 horas.

 

"O caso criminal aberto pelo levante armado da empresa militar privada Wagner foi encerrado, depois que os participantes encerraram suas ações", afirmou o Serviço Federal de Segurança (FSB) em um comunicado.

 

O anúncio da retirada das acusações foi feito no sábado (24). Na data, o governo russo disse que não iria processar o líder do grupo, nem punir os demais membros que participaram na revolta.

 

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou ainda que houve uma negociação seguida de um acordo entre as duas partes intermediados pelo governo de Belarus.

O líder do grupo paramilitar Wagner disse que a marcha em direção a Moscou não tinha por objetivo derrubar o governo de Vladimir Putin, presidente da Rússia.

 

"O objetivo da marcha era evitar a destruição do 'Wagner' e responsabilizar os funcionários que, por meio de suas ações não profissionais, cometeram um grande número de erros", disse em uma mensagem de áudio de 11 minutos, divulgada pelo Telegram.

 

 

O que causou a rebelião?

 

Há meses, Prigozhin vinha tendo desentendimentos com o Ministério da Defesa russo por conta da falta de armas e suprimentos de guerra para suas tropas.

A relação entre o chefe da organização paramilitar e o governo russo estremeceu ainda mais após um suposto ataque da Rússia contra acampamentos do grupo, que teria matado diversos integrantes do Wagner.

No início do mês, o Ministério da Defesa da Rússia disse que tropas voluntárias e grupos militares privados seriam obrigados a assinar um contrato com o governo. A medida não agradou os membros do Wagner.

Na última sexta-feira, depois de meses de cobranças e críticas ao Ministério da Defesa russo, Prigozhin decidiu subir o tom e chama a versão do Kremlin para a guerra na Ucrânia de "mentiras inventadas". O líder também acusou o ministro da pasta, Serguei Shoigu, de ter ludibriado Putin para a guerra.

 

 

"O Ministério da Defesa está tentando enganar a sociedade e o presidente e nos contar uma história sobre como houve uma agressão louca da Ucrânia e que eles planejavam nos atacar com toda a Otan. A guerra era necessária para que Shoigu pudesse obter uma segunda medalha . A guerra não era necessária para desmilitarizar ou desnazificar a Ucrânia (o principal argumento de Putin à época da invasão)."


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