26/06/2023 às 13h47min - Atualizada em 26/06/2023 às 13h47min

Boom de microapartamentos: cresce demanda por imóveis de até 30m2

Construtoras miram na classe média e em profissionais que buscam imóveis em bairros com bom transporte público. Plano Diretor de São Paulo, que trata do tema, será votado hoje

AB Notícia News
O Globo
Fabio Rossi / Agência O Globo

Da porta de entrada, Daniela Vieira, de 39 anos, vê de uma só vez praticamente todos os detalhes de seu apartamento de 24 metros quadrados, localizado no bairro do Leme, no Rio de Janeiro. Daniela, que morou boa parte da vida em microapartamentos, afirma que a escolha se deu pensando no bolso. Ela não queria sair da Zona Sul e não teria como arcar com um imóvel maior:

— Quem quer morar na Zona Sul e não tem tanta condição opta por apartamento menor, porque cabe no bolso. Aprendi a ser minimalista por causa desses apartamentos, mas, para quem gosta de ter muita coisa, o espaço é pequeno.

 

E Daniela não está sozinha. Depois da busca por mais espaço na pandemia, a demanda por apartamentos pequenos, mas bem localizados, voltou a crescer, e os microapartamentos vêm ganhando espaço nas grandes cidades, com construtoras investindo no modelo.

Levantamento da plataforma Quinto Andar, com dados de 2022, mostra que as cidades de Fortaleza e Brasília se destacam com a maior participação de unidades com menos de 30 metros quadrados.

 

Em ambas, a fatia de microapartamentos chega a 44%. Isso significa que, de cada cem imóveis de um quarto anunciados, 44 têm menos de 30 metros quadrados. Em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, essa fatia fica em torno de 25%.

 

Mudança nas famílias

 

Entre os motivos que explicam o avanço está a mudança na composição das famílias, com redução do tamanho e adiamento da decisão de terem filhos, o custo elevado do metro quadrado e, em algumas cidades, mudanças na legislação urbana — caso do Plano Diretor de São Paulo, que deve ser votado hoje.

— Você tem um perfil de demanda cada vez mais aderente a um apartamento pequeno, levando em conta que cada vez menos as pessoas estão tendo filhos, e cada vez mais o jovem em ascensão econômica quer estar mais bem posicionado em relação à mobilidade urbana nessas capitais — diz o professor de viabilidade do MBA de gestão de incorporações e construções imobiliárias da FGV, Cristiano Rabelo.

Ele pondera que o público-alvo desses imóveis é transitório, já que as unidades tendem a atender as pessoas por um determinado período da vida. Mas os preços mais em conta em relação a imóveis de metragem maior e a localização são atrativos.

— Em regiões que são muito valorizadas, colocar um imóvel maior exige uma demanda com capacidade de consumo mais elevada. Durante a pandemia, muitas famílias sentiram a necessidade de um espaço maior. O problema é que mudar significa ir para uma área mais distante, onde o metro quadrado é mais barato, mas impactaria a mobilidade urbana — afirma Rabelo.

 

Em ambas, a fatia de microapartamentos chega a 44%. Isso significa que, de cada cem imóveis de um quarto anunciados, 44 têm menos de 30 metros quadrados. Em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, essa fatia fica em torno de 25%.

 

Mudança nas famílias

 

Entre os motivos que explicam o avanço está a mudança na composição das famílias, com redução do tamanho e adiamento da decisão de terem filhos, o custo elevado do metro quadrado e, em algumas cidades, mudanças na legislação urbana — caso do Plano Diretor de São Paulo, que deve ser votado hoje.

— Você tem um perfil de demanda cada vez mais aderente a um apartamento pequeno, levando em conta que cada vez menos as pessoas estão tendo filhos, e cada vez mais o jovem em ascensão econômica quer estar mais bem posicionado em relação à mobilidade urbana nessas capitais — diz o professor de viabilidade do MBA de gestão de incorporações e construções imobiliárias da FGV, Cristiano Rabelo.

Ele pondera que o público-alvo desses imóveis é transitório, já que as unidades tendem a atender as pessoas por um determinado período da vida. Mas os preços mais em conta em relação a imóveis de metragem maior e a localização são atrativos.

— Em regiões que são muito valorizadas, colocar um imóvel maior exige uma demanda com capacidade de consumo mais elevada. Durante a pandemia, muitas famílias sentiram a necessidade de um espaço maior. O problema é que mudar significa ir para uma área mais distante, onde o metro quadrado é mais barato, mas impactaria a mobilidade urbana — afirma Rabelo.


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