Menos prejudiciais para o meio ambiente que os defensivos químicos e eficazes para garantir a produtividade nas lavouras, os insumos biológicos são uma nova tendência para o agronegócio no Triângulo Mineiro e no Brasil. O uso desses insumos será um dos assuntos do TecnoAgro, evento que vai reunir inovação, capacitação e tecnologia no campo em Uberlândia em julho.
ENTENDA: Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os insumos biológicos são os produtos ou processos agroindustriais, desenvolvidos a partir de enzimas ou de extratos de plantas e microrganismos, destinados ao controle de pragas e outros fins.
Em conversa com o g1, o empresário Edsmar Resende, sócio e cofundador da gestora de recursos 10b e um dos palestrantes convidados a tratar dessa temática no TecnoAgro, afirmou que os insumos biológicos têm ganhado cada vez mais espaço no campo.
"Já existem categorias em que o insumo biológico já é mais eficaz que o defensivo químico, como no combate aos nematoides [vermes microscópicos comuns no solo]. Já 70% dessa categoria usa os bioinsumos, e os químicos se tornaram minoria", explicou Resende.
Conforme o empresário, os insumos biológicos têm impacto menor no meio ambiente, por reduzirem a emissão de carbono, com efetividade igual ou até superior a outros produtos.
"Os insumos não tem apenas papel de substitutir o defensivo químico, mas também de aumentar a produtividade como um fertilizante. É trabalhar com vida para controlar outras vidas", continuou.
Edsmar destacou ainda o potencial do Triângulo Mineiro como produtor e utilizador dos insumos biológicos devido, principalmente, à variedade de culturas presente na região.
"Tudo que você tem de variedade agrícola, tem no Triângulo Mineiro, hortifruti, café, a bacia leiteira é muito forte. A diversidade da região mostra que os insumos podem ser utilizados em diversas culturas. É uma síntese do Brasil", disse.
Ainda segundo Resende, além de ajudar os produtores rurais, a área de insumos biológicos é promissora para profissionais interessados em entrar no ramo do agronegócio de outras maneiras.
"Ainda há um número pequeno de empresas fazendo pesquisa, inovação nessa área. Esse setor vai disparar várias mudanças, porque há uma demanda de novas profissões, como a área de bioinformática, para trabalhar a genômica dos microrganismos, por exemplo".
"Se o mercado do agro é 'hot' hoje, os bioinsumos são o 'hot do hot'", finalizou.