13/06/2023 às 09h39min - Atualizada em 13/06/2023 às 09h39min

Distanciamento marca relação de Bolsonaro com ministros que nomeou para o STF

PL avalia que Bolsonaro deveria estar se articulando na defesa de sua inelegibilidade junto a magistrados e teme 7 x 0 contra o ex-presidente

AB Notícia News
O Globo
EVARISTO SA / AFP

Integrantes da cúpula do PL têm notado um distanciamento maior entre Jair Bolsonaro e os ministros que ele indicou para o Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques e André Mendonça.

A avaliação de correligionários do partido é que o ex-presidente deveria estar se articulando junto a esses magistrados, em especial, Nunes Marques, para tentar ter um placar menos desfavorável a ele na ação sobre sua inelegibilidade. No dia 22 deste mês, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicia o julgamento sobre o tema.

Um dos fatores lidos no PL como “mal presságio” para Jair Bolsonaro foi o fato de o ministro não ter votado no plenário virtual do STF no processo que decidiu o sucessor de Deltan Dallagnol na Câmara dos Deputados. A justificativa do gabinete foi a de que o magistrado estava em uma região do país onde o acesso à internet é instável.

Por 6 votos 3, a corte concluiu que a vaga ficou com Luiz Carlos Hauly, do Podemos, frustrando os planos do PL de ocupar a cadeira. O Supremo reverteu a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE), que tinha dado a vaga ao pastor Itamar Paim, do partido de Bolsonaro.

O PL e o próprio Bolsonaro dão como certa a cassação do ex-presidente no TSE. A leitura de mandachuvas da sigla, no entanto, é que seria um “péssimo cenário” ter Bolsonaro inelegível por unanimidade, ou seja, com votos dos sete ministros da corte a favor da cassação do capitão reformado.

Para a cúpula do PL, Jair Bolsonaro deveria estar empenhado em trazer os votos de Nunes Marques, que ele próprio nomeou, e Raul Araújo, que já mostrou alinhamento com o capitão em decisões durante a campanha eleitoral. Membros do partido apontam, porém, que o distanciamento entre Nunes Marques e Bolsonaro se deu porque o ex-presidente coloca na conta do magistrado ter angariado Gilmar Mendes como desafeto na Suprema Corte.

Interlocutores de Bolsonaro relataram que ele não tem mantifo contato direto com Nunes Marques e que os recados são enviados por meio de uma pessoa da família do ex-presidente.


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