06/06/2023 às 10h20min - Atualizada em 06/06/2023 às 10h20min

O que aconteceu com 13 manifestantes que foram pela primeira vez a um grande protesto em junho de 2013

Orgulho e frustração. A geração que estreou em grandes protestos em 2013 conta por onde 'andou' na última década e como passou a ver as jornadas de junho como um marco na trajetória individual, porém, não apenas um movimento em prol de passagens acessíveis e infraestrutura.

AB Notícia News
g1
Arte/g1

As jornadas de junho foram o início da vida de participação política de milhares de jovens que em meados de 2013 estiveram pela primeira vez em um grande protesto. O g1 conversou com 13 pessoas que estrearam em manifestações naquele ano, e elas contam que, após testemunhar 10 anos de desdobramentos das jornadas, já não têm certeza se fariam tudo outra vez, mas reconhecem que estar nos atos de uma década atrás foi um marco na formação pessoal. (leia abaixo a série de reportagens)

A maioria dos entrevistados era, na época, universitários ou alunos do ensino médio. Nesses protestos, eles passaram a se interessar mais por política. E o tema segue na vida deles, desde as conversas do dia a dia a carreiras que vão do parlamento - como deputados estaduais, por exemplo - a profissões que lidam com causas coletivas.

As jornadas foram uma série de protestos que chegaram ao auge no Brasil em junho de 2013. Inicialmente, o movimento começou com manifestações de rua contra o reajuste da tarifa do ônibus, e se intensificou em São Paulo, onde à época, o aumento seria de R$ 0,20.

Rapidamente os protestos se espalharam por outras cidades do país, dando vazão a uma ampla insatisfação popular com outras demandas, como a revolta pela realização da Copa do Mundo em 2014, as denúncias de corrupção na política e o governo de Dilma Rousseff (PT).

 

Depois dos atos de junho de 2013, que expuseram um descontentamento generalizado com a classe política, vieram a Operação Lava Jato, o impeachment de Dilma, a popularização de Bolsonaro e o fortalecimento da extrema-direita no país.

 

O professor doutor em Ciência Política, Juliano Domingues, vê no aspecto pedagógico o lado positivo das jornadas de junho.

 

"Se focarmos nos desdobramentos, não há como avaliar positivamente. Afinal, foram quase 10 anos de intensa turbulência institucional que ainda não terminou. Mas se entendermos o processo político como algo pedagógico, sim, foi positivo”, disse.

 

Para ele, a participação é requisito fundamental para fomentar uma cultura política democrática.

 

 

“Se não há uma cultura da participação, maior o espaço para a disseminação de ideias de viés autoritário e maior, também, a chance de captura do processo político por parte de grupos autoritários auto-interessados”, afirmou o professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pesquisador associado da Tulane University (EUA).



 


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