André DurãoSaiu empate de 0 a 0 no primeiro Fla-Flu das oitavas de final da Copa do Brasil. Com um a menos desde os seis minutos do segundo tempo - com a expulsão de Felipe Melo, depois de consulta ao VAR pelo árbitro Anderson Daronco -, o Fluminense segurou o empate contra o Flamengo.
No dia 1º de junho, com mando do Flamengo, os dois voltam a se enfrentar pelas oitavas de final da Copa do Brasil, às 20h. Os confrontos das quartas de final serão definidos em sorteio pela CBF.
Com público de quase 60 mil pessoas - o maior público na edição deste ano da Copa do Brasil -, a torcida tricolor vibrou com o resultado depois de pressão do adversário no fim da partida.
Na coletiva de imprensa, o técnico do Fluminense, Fernando Diniz, reconheceu início melhor do Rubro-Negro, mas questionou bastante a arbitragem:
- O que determinou (o início do jogo) foi uma postura mais anímica do Flamengo. Não é que a gente entrou mal para o jogo, mas eles entraram muito acelerado, provavelmente por causa da final do campeonato estadual. O domínio do Flamengo, principalmente, nos 25 e 30 primeiros minutos de jogo, no final do primeiro tempo já estava mais ou menos equilibrado o jogo. E somando a isso, eles fizeram 22 faltas e a gente 5. Toda fez que a gente sai da marcação, era falta. Hoje, o Flamengo usou as faltas. Sempre que a gente saía da marcação, era falta. A arbitragem foi permissiva com as faltas táticas do Flamengo. Espero que a próxima arbitragem (jogo de volta) seja imparcial - comentou o treinador do Fluminense.
Mas o foco do início da entrevista do treinador foi a arbitragem e a utilização do VAR na partida. O treinador não contestou a expulsão de Felipe Melo, mas citou a quantidade de faltas do Flamengo, principalmente, na saída de bola do Fluminense.
- Chegamos um pouco mais que eles à frente e com a expulsão, que não vou entrar no mérito do VAR, a partida mudou de figura e a equipe merece os elogios pela capacidade de se defender. Espero que a próxima "final" tenha uma arbitragem imparcial, porque ela não foi imparcial de novo. O Fluminense foi campeão Campeonato Carioca apesar da arbitragem e hoje a gente conseguiu o 0 a 0 apesar da arbitragem de novo - disse Fernando Diniz.
- É muito mais fácil e menos interpretativo o VAR chamar por causa do pisão do Gabigol no Ganso que foi intencional. Pisou porque pisou, porque quis pisar - afirmou o treinador.
O treinador também lembrou que o Fluminense fez cinco faltas em toda a partida contra 21 do Flamengo e também criticou o critério de acréscimos nos jogos - foram 11 nesta partida.
- Houve número excessivo de faltas que não teve cartão amarelo. Para o bem do futebol as arbitragens precisam ter parcialidade e elas têm interferido de alguma forma nos resultados dos jogos - criticou.
Questionado sobre a parte física da equipe ter sobressaído no segundo tempo, Diniz preferiu elogiar a postura da equipe.
- O futebol nunca se explica por fator só e acho que a questão física do Fluminense está mais do que provado que é espetacular, soube suportar o jogo. Não acho que o Flamengo diminuiu a intensidade. Flamengo foi melhor, mas voltamos melhores no segundo tempo. Isso se corrige no intervalo. O time voltou diferente animicamente. Com a expulsão, a gente deu uma grande demonstração de organização defensiva e não abriu mão de jogar. Flamengo viveu de chutes de fora da área, até porque eles têm bons chutadores - comentou Diniz.
Durante a coletiva, o treinador disse que decidiu por Gabriel Pirani, meia do Fluminense, que substituiu Alexander. Para Diniz, o jogador cumpriu importante função.
- A decisão foi por conta de um jogo tático. Tinha uma intenção muito clara do Flamengo de explorar aquele nosso lado. Não ia colocar o John Kennedy para auxiliar o Marcelo. Pirani foi bem, conseguiu participar do jogo, cumpriu o que eu queria. O jogo pedia a presença dele hoje - disse o treinador.
- Foi um movimento parecido que ele teve contra o The Stronguest. Ele teve um enrijecimento na panturrilha e, para não ficar se expondo, e ele ficou na dúvida de ficar um pouco mais, eu resolvi tirar porque ele ia ficar no risco de ter uma lesão e ficar um tempo maior parado. Acho que em breve ele já deve voltar aos treinamentos. É uma questão de prevenção como foi com o Samuel Xavier, nesses dois jogos que ele ficou ausente. Então foi para não expor o Marcelo a uma lesão numa temporada que a gente sabe que é desgastante. Ele teve dor nas duas panturrilhas da outras vezes, e hoje também acho que foi nas duas, coisa que a gente vai investigar com calma, mas ele não teve lesão.
- Flamengo entrou numa rotação mais alta que a nossa e isso foi determinante para a superioridade do Flamengo, principalmente nos 30 primeiros minutos. Isso não necessariamente é ruim. Hoje a gente encontrou dificuldade e isso fez a gente sair de uma certa zona e melhorar essa parte do time, e acho que foi determinante pro Flamengo, que taticamente encaixou. Estavam ganhando quase todas segundas bolas, as divididas, e isso fez um volume grande e tiveram um domínio no primeiro tempo.
- Foi positivo, jogar com um jogador a menos 45 minutos, suportar e sem sofrer chances claras de jogo. A equipe está de parabéns. Não foi uma atuação vistosa, de domínio técnico, mas em termos de entrega e organização defensiva foi brilhante.
- É bonito jogar com a bola, mas é lindo demais se defender como foi hoje. O que define meu trabalho, o aspecto da solidariedade, está impresso em todas as fases do jogo. Os retornos de transição que a gente tem um nível de aceitação e comprometimento com o que a gente pede muito grande. A parte defensiva é um dos pilares desse nosso time,
O Fluminense volta a campo contra o Botafogo, no sábado, às 18h30, no estádio Nilton Santos, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro.
