10/05/2023 às 08h59min - Atualizada em 10/05/2023 às 08h59min

Cientistas da USP identificam moléculas capazes de frear inflamação por covid

Uma equipe descobriu que, ao bloquear a ligação de um peptídeo chamado C5a em seu receptor celular (a proteína C5aR1), a inflamação por covid-19 é reduzida

AB Notícia News
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Abdelrahman_El-masry/Envato / Canaltech
Em estudo publicado no periódico The Journal of Clinical Investigation no último dia 27, cientistas da Universidade de São Paulo (USP) descreveram uma nova classe de moléculas capaz de frear a inflamação da forma grave de covid-19. Para chegar a essa descoberta, a equipe conduziu experimentos em roedores.

A equipe descobriu que, ao bloquear a ligação de um peptídeo chamado C5a em seu receptor celular (a proteína C5aR1), a inflamação é reduzida. Segundo os próprios pesquisadores, apesar de o C5a ter um papel pró-inflamatório importante, atua um mediador que, se bloqueado, não compromete a resposta imune.

 

Os autores do artigo reiteram que o C5 está presente no plasma sanguíneo e integra o chamado sistema do complemento, que é parte da resposta imune responsável por formar as proteínas que induzem uma série de respostas inflamatórias destinadas a combater a infecção.

Quando ocorre uma inflamação, o peptídeo é ativado (tornando-se a molécula C5a) e passa a ter função pró-inflamatória. "Esse aumento da produção de C5a está ligado a uma série de doenças inflamatórias, como sepse, artrite reumatoide, doença inflamatória do intestino, lúpus, psoríase e também a lesão pulmonar observada em casos graves de covid-19", explicam os autores.

 

No novo estudo, os camundongos envolvidos apresentaram melhora da inflamação. A equipe também demonstrou que, ao bloquear esse sistema, o controle da infecção não é alterado.

"Quando o anticorpo se liga à molécula de C5a, ele impede a ação no receptor. Isso significa que os testes clínicos estão trabalhando na mesma via que estamos estudando, sinal de que estamos no caminho certo", estimam os pesquisadores.

Anteriormente, cientistas da USP desenvolveram um método que prevê a gravidade da covid-19 através do plasma sanguíneo.


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