04/05/2023 às 12h35min - Atualizada em 08/05/2023 às 00h01min

O trabalho sem fronteiras como oportunidade de crescimento para empresas e colaboradores

*Por Thiago Thamiel, cofundador da Robbu

SALA DA NOTÍCIA Robbu
Falar sobre as consequências e influências da pandemia em diversos mercados é algo inevitável hoje em dia, afinal é impossível não observar todo impacto causado em diferentes setores da sociedade, assim como as novas tendências e comportamentos que devem permanecer conosco por anos. Um dos principais aspectos que mais sofreu com as mudanças causadas nesse período foi, certamente, os modelos de trabalho e as formas que as pessoas se identificam com eles.

Antes do boom da Covid-19, eram consideradas modernas as empresas que adotavam dias específicos para seus funcionários trabalharem de casa, porém essa exceção à regra não tem sido mais uma premissa do mercado de trabalho. Os últimos dois anos foram essenciais não apenas para as companhias se adaptarem ao home office ou modelo híbrido, mas também foi uma fase em que as pessoas puderam refletir sobre a forma que preferem trabalhar.


Um estudo da PageGroup em parceria com a PwC, realizado entre janeiro e fevereiro deste ano, mostrou que 67% dos profissionais no país preferem um regime integral de home office ou um modelo híbrido com uma ou duas idas ao escritório durante a semana. Dois dos principais fatores que levaram as pessoas a optarem por esses estilos de ambientação de trabalho são pela liberdade e produtividade que eles oferecem. Mas o que isso realmente significa?

Diversas pesquisas já mostraram que, de acordo com os colaboradores, o rendimento deles durante o período que trabalharam em casa aumentou exponencialmente. A mesma pesquisa mostra que, cerca de 68% dos colaboradores, se consideram “mais produtivos ou muito mais produtivos no trabalho remoto”, o que é essencial para que toda empresa obtenha resultados mais positivos, possibilitando não apenas o crescimento dos negócios, como também desenvolvimento e motivação dos funcionários e do ambiente corporativo.

Porém, quando analisamos, não apenas do ponto de vista empresarial, mas também do funcionário, é impossível não enxergar os benefícios que esses modelos de trabalho oferecem, seja por meio da flexibilidade, economia, qualidade de vida, saúde, conforto ou liberdade.

Foram dessas ideias que surgiu o conceito do anywhere office ou trabalho sem fronteira – em uma tradução livre para o português, que se refere ao modelo de trabalho que as pessoas podem trabalhar de qualquer lugar, seja de casa, escritório, coworkings, cafés, hotéis e, ainda, de outros estados ou países. Na prática, o funcionário precisa de um computador e uma conexão estável de internet para poder trabalhar. A adesão a esse modelo já se configura como uma tendência que possibilita a mudança dos grandes centros urbanos para áreas mais rurais ou, ainda, de poder viajar durante um longo período, podendo aproveitar e conhecer o lugar durante seus horários livres.

Nesse sentido, já é possível ver no mercado que muitas empresas têm repensado seus formatos de atuação para oferecer mais flexibilidade aos colaboradores quanto à ida ao escritório, além daquelas que optaram por não possuir um escritório próprio e escolheram migrar para locais compartilhados, como os coworkings, garantindo redução de custos e menos demandas administrativas para gerir. Há também os perfis de empresas que passaram a atuar 100% remotamente, dando liberdade aos seus funcionários escolherem de onde preferem trabalhar.

De acordo com um estudo da International Workplace Group (IWG) - responsável por gerenciar espaços de coworking em todo o mundo -, houve um aumento no Brasil de 97% na busca por locais de trabalho coletivo no primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado. Uma outra pesquisa, de novembro de 2021, feita pela Korn Ferry, consultoria global de carreira, mostra que 85% das companhias do país adotaram totalmente o home office.

Esses dados reforçam a importância do “trabalho sem fronteira” para garantir benefícios para ambos os lados da relação corporativa.  No que tange às empresas, estas diminuem seus gastos com espaço e manutenção, podendo reaplicá-los em novos projetos e, até mesmo, nos próprios colaboradores. Em relação aos funcionários, é uma oportunidade de ter mais autonomia, viver novas experiências, inovar, ser mais produtivo e garantir mais flexibilidade.

E se a tendência e os indicadores apontam agora que as pessoas procuram espaços de trabalho que possam proporcionar isso tudo a elas, porque não nos adaptarmos e também, como empresa, enxergar aqui um investimento para a melhoria geral da cultura e economia de nossos negócios?
 


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