04/05/2023 às 16h06min - Atualizada em 08/05/2023 às 00h01min

A maturidade dos Centros de Serviços Compartilhados brasileiros

Por Marina Penha Moreira, Team Leader da Falconi, empresa mantenedora da Associação Brasileira de Serviços Compartilhados (ABSC)

SALA DA NOTÍCIA Rodrigo Bauso
KR2 Comunicação
Falconi

O Centro de Serviços Compartilhados (CSC) já é uma realidade nacional e global, e se instaurou como uma mudança estratégica nos negócios que assegura um ganho de redução de custos e eficiência operacional na prestação dos serviços pela área. Utilizando a pesquisa da Falconi como referência, o modelo de compartilhamento de serviços já aparece consolidado em diversos segmentos de mercado como Indústria, Agronegócios, Energia, Serviços Especializados, Ensino/Educação, Infraestrutura, entre outros.

Em relação ao porte, durante muito tempo as grandes empresas nacionais e multinacionais eram os únicos cases de sucesso deste modelo. Atualmente temos CSCs implantados em empresas de médio e pequeno porte também. Segundo estudo realizado pelo IEG 1  - Benchmark em CSC 2020 - a maioria (63%) dos CSCs brasileiros é de médio porte, possuindo entre 101 e 500 colaboradores. Outros 26% são de pequeno porte - com até 100 colaboradores e 11% de grande porte, com mais de 500 funcionários.

A principal conquista do setor em 2022 e que é fruto de trabalho iniciado há mais tempo foi a sistematização dos atributos básicos de operação, que também chamamos de “Need to Have”: abordagem metodológica para padronização e otimização de processos; implantação e monitoramento de indicadores de desempenho; gestão de relacionamento com cliente – seja através da definição de SLA´s, estruturação dos canais de atendimento e pesquisas de satisfação; rotinas de treinamento e capacitação em hard e soft skills.

Apesar de todo crescimento e fortalecimento do modelo de negócios, novos desafios apareceram na agenda dos líderes de CSC´s, sendo eles: acelerar a agenda de transformação digital da empresa, atuando como um catalisador nessa transformação; utilização de tecnologias como RPA (Robotic Process Automation), AI e computação em nuvem; Foco na retenção de talentos e buscar sempre a melhoria contínua na área. 

Contudo, contrariamente a tudo dito anteriormente, temos visto alguns movimentos de “descentralização” de atividades, onde algumas empresas buscam avaliar o movimento de retirar processos do CSC e devolver para as unidades de negócio. Não vemos isso como uma tendência, mas como resultado de uma má implantação e baixa maturidade desses CSCs.

De forma geral, o resultado da 1ª Pesquisa de Maturidade em Gestão dos CSCs, realizada pela Falconi, representou um auto-assessment das empresas que participaram. O resultado consolidado demonstrou um nível médio de maturidade 3, em uma escala de 0 a 5, entre os CSCs do Brasil. Este nível de maturidade representa um CSC funcional nos moldes mais transacionais, com resultados estabilizados em decorrência de processos otimizados e padronizados, mas ainda com oportunidades em redução de custos e expansão do seu catálogo de serviço em processos que agreguem inteligência de negócio.

Os CSC´s que apresentaram uma maturidade maior que a média possuem, entre outras, as seguintes características: planejamento estratégico, liderança executiva e engajada, escopo abrangente de serviços, iniciativas de automação de processos e alto índice de integração entre sistemas, SLA´s diretos, reversos estabelecidos e gerenciados, além de um monitoramento contínuo da satisfação de clientes.

Já um CSC de excelência, ou seja, nível de maturidade 5, consiste em um ativo estratégico que suporta e potencializa o alcance de resultados sustentáveis para a organização. Atuam de forma sinérgica com as unidades de negócios prezando pela integração das atividades de back e front office, garantindo o atendimento das necessidades e interesses dos clientes finais e consequentemente, gerando maior valor ao negócio.

De maneira geral, o modelo de negócio do Centro de Serviços Compartilhados vem crescendo exponencialmente no Brasil. É necessário estar atento caso a empresa apresente múltiplas unidades de negócios, filiais ou operações em diversas localidades físicas, além de colaboradores realizando atividades operacionais e analíticas na mesma área, pois são sinalizadores de que seu modelo de negócios precisa ser avaliado com mais atenção e quem sabe possa vir a colher os resultados da implementação de um Centro de Serviços Compartilhados no futuro.


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