De acordo com o Relatório da Frota Circulante 2023, levantamento anual divulgado pelo Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), entidade que reúne as fabricantes de autopeças no País, a frota de veículos que circula no território nacional segue em processo de envelhecimento e a idade média chegou a 10 anos e 7 meses no ano passado, mantendo a tendência dos últimos dois anos.
O estudo do Sindipeças também mostra que a idade média da frota nacional aumentou em quase 2 anos no período entre 2010 e 2022. Para se ter ideia, de todos os veículos que rodavam no País no ano passado, 23,8% tinha até 5 anos, em média – o que corresponde a aproximadamente 11,1 milhões de carros. Em 2021, contudo, os veículos com essa idade respondiam por 24,2% da frota.
Já os modelos com idade entre 6 e 15 anos somaram 56,5% (ou 26,5 milhões de unidades) em 2022. Por fim, nada menos que 19,8% do total de veículos tem idade média superior a 16 anos – 8,9 milhões de automóveis.
Outra análise indica que a participação dos veículos com mais de 10 anos foi de 23,1 milhões em 2022 (ou 49,3% do total da frota circulante). Outros 17,4 milhões de veículos tinham idade média entre 4 e 10 anos (37,1%) e apenas 6,3 milhões de carros foram de automóveis novos ou seminovos (13,6% do total).
A crise econômica provocada pela pandemia, o nível de desemprego em alta nos últimos cinco anos, a redução do poder de compra dos brasileiros (com o aumento da inadimplência), o aumento da inflação, os reajustes nos custos para produção automobilística, a inflação dos combustíveis e as altas taxas de juros do mercado são alguns dos fatores que ajudam a explicar o aumento da idade média da frota.
De acordo com o Sindipeças, as possibilidades de reversão desse fenômeno de envelhecimento dependem do nível de crescimento das vendas de modelos novos face à atual taxa de sucateamento da frota, assim como de políticas públicas que incentivem de maneira intensiva a retirada de circulação dos veículos mais velhos.
A aprovação e execução do Programa de Aumento da Produtividade da Frota Rodoviária (Renovar) e a entrada em vigência da tecnologia Euro 6 podem contribuir para que isso ocorra, pelo menos no âmbito dos veículos pesados.
Não se pode esquecer que o envelhecimento da frota e a falta de manutenção dos veículos têm impacto direto no meio ambiente e provoca reflexos na mobilidade urbana e aumento no número de acidentes – e de mortes – no trânsito nacional.