19/04/2023 às 10h56min - Atualizada em 20/04/2023 às 00h00min

Se metas fiscais 'ousadas' forem cumpridas, governo entrega 'situação resolvida' em 2026, diz secretário do Tesouro

Rogério Ceron diz que nova regra fiscal proposta garante trajetória sustentável da economia, e metas definem o ritmo – ou seja, se a dívida levará mais ou menos tempo para se estabilizar.

G1
https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/04/19/se-metas-fiscais-ousadas-forem-cumpridas-governo-entrega-situacao-resolvida-em-2026-diz-secretario-do-tesouro.ghtml

Rogério Ceron diz que nova regra fiscal proposta garante trajetória sustentável da economia, e metas definem o ritmo – ou seja, se a dívida levará mais ou menos tempo para se estabilizar. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta quarta-feira (19) que as metas fiscais do novo arcabouço para as contas públicas são "ousadas" – e admitiu que há risco de que não sejam cumpridas.
Ceron disse no entanto que, mesmo que o governo não atinja os índices esperados de resultado primário (diferença entre receita e despesa, sem contar os juros da dívida), haverá uma estabilização da dívida. O que muda, nesse caso, é o prazo do resultado.
"Buscamos um caminho mais intenso para buscar isso [ao definir metas ousadas]. Se for possível cumprir essa trajetória de primário, chegamos em 2026 com a situação resolvida. Se não acontecer em sua integralidade, ajuste é mais longo, mas acontece", declarou, em entrevista ao Conexão GloboNews.

Arcabouço fiscal: projeto inclui exceções a limite de gastos do governo
Com o cumprimento das metas fiscais, a área econômica diz que a dívida pública para de crescer em 2026. Sem o seu atingimento, diz Rogério Ceron, do Tesouro Nacional, a estabilização viria mais adiante, até 2029.
Em 2022, o indicador estava em 73,5% do PIB. De acordo com o Tesouro Nacional, o endividamento pode superar 80% do PIB ao fim do governo Lula, mas não ultrapassará a marca dos 82%
As metas fiscais foram fixadas com base em um intervalo de tolerância. O objetivo do governo e voltar a apresentar resultado positivo em suas contas já no próximo ano. Veja no gráfico abaixo, que mostra o resultado como uma porcentagem do PIB:
Proposta de metas de superávit primário (arcabouço fiscal)
Apresentação - Ministério da Fazenda
Metas e gatilhos
De acordo com a proposta de arcabouço fiscal, caso as metas fiscais não sejam cumpridas, seria acionado um "gatilho" limitando o crescimento das despesas a 50% do aumento das receitas (contra a regra normal de um aumento maior, de 70%).
Para cumprir as metas fiscais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo busca um aumento de arrecadação de até R$ 150 bilhões.
Várias medidas já foram anunciadas, e outras estão em discussão, como atualização do valor de imóveis no IR, repatriação e regularização de fundos.
Levantamento feito por economistas da corretora Warren Rena indica a necessidade de ao menos R$ 254 bilhões aumento de receitas, até 2026, para atingir o piso das metas de resultado primário do arcabouço fiscal apresentado pela equipe econômica.
"Se não conseguirem recuperar as receitas do plano de voo, vai demorar um pouco mais de tempo [para estabilizar a dívida]. Mas o relevante é a incerteza que haveria um descontrole de gastos e trajetória explosiva da dívida, saiu da discussão. Limite de gastos existe e a trajetória da divida vai se estabilizar em algum momento", declarou Ceron, do Tesouro Nacional.
Taxação de e-commerce
Ceron também disse que o Tesouro estuda responsabilizar empresas e sites de vendas internacionais que, de alguma forma, estejam burlando a taxação em vigor ao exportar produtos para o Brasil.
O governo chegou a anunciar o fim da isenção para encomendas de até US$ 50 entre pessoas físicas – um dos principais canais usados para a fraude –, mas recuou nesta terça-feira (18).
A ideia agora, segundo Ceron, é ampliar a fiscalização e a punição contra empresas que tentarem contornar essa regra.
"A responsabilização é importante porque isso não deixa de ser crime. Tem esse trabalho de responsabilização, sim", afirmou.
Investimentos
Na entrevista, o secretário do Tesouro Nacional antecipou que serão anunciadas medidas de incentivo ao crédito, entre elas medidas sobre as Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Uma das possibilidades é o Tesouro entrar como garantidor das PPPs. Se os estados não pagarem a divida, o Tesouro paga às empresas, como se fosse um cheque especial dos estados. E depois, estados acertam a dívida com o Tesouro.
"Pode ultrapassar R$ 100 bilhões em investimento com Parcerias Público-Privadas (PPPs). Amanhã, vamos anunciar uma série de medidas para fomentar as PPPs e concessões, principalmente nos estados e municípios. Vai impactar diretamente as pessoas com a infraestrutura na área de mobilidade e rodovias, educacional, saúde, equipamentos culturais", disse.

Credito G1



Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/04/19/se-metas-fiscais-ousadas-forem-cumpridas-governo-entrega-situacao-resolvida-em-2026-diz-secretario-do-tesouro.ghtml


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