10/04/2023 às 09h44min - Atualizada em 10/04/2023 às 09h44min

Brasileiros usam tecnologia para revelar rosto de egípcio que viveu há 35 mil anos

Restos mortais de homem encontrados em um sítio arqueológico foram utilizados para criar uma imagem digital

AB Notícia News
CNN
Cortesia Cicero Moraes

Especialistas brasileiros usaram imagens digitais para revelar o rosto de um egípcio que viveu há 35 mil anos.

Moacir Elias Santos, arqueólogo, e Cícero Moraes, designer 3D, usaram os restos mortais de um homem encontrados em um sítio arqueológico no Egito para criar uma imagem digital.

 

Ela apresenta uma aproximação facial detalhada do crânio de Nazlet Khater 2, o fóssil de 35 mil anos que foi descoberto em 1980 no Vale do Nilo, no Egito.

A análise antropológica posteriormente identificou os restos mortais como sendo de um homem de ascendência africana, com idade entre 17 e 29 anos na época de sua morte. A avaliação sugere que ele tinha mais de um metro e meio, aproximadamente.

 

A equipe usou o processo de aproximação facial, que ajuda os arqueólogos a recriar as características faciais de uma pessoa falecida usando restos de esqueletos.

“Alguns anos atrás, já trabalhávamos em uma série de aproximações relacionadas à evolução humana, com as réplicas de fósseis mais conhecidas”, disse Moacir Santos, arqueólogo do Museu de Arqueologia Ciro Flamarion Cardoso, em Ponta Grossa (PR), à CNN.

“Os vídeos foram convertidos em fotos e serviram para a elaboração da fotogrametria do crânio, que deu forma ao estudo”, complementou.

A fotogrametria é o processo de extração de informações 3D de fotografias, que foi o que Santos e Moraes fizeram após ver os restos mortais do homem no Museu Nacional da Civilização Egípcia, no Cairo.

 

Este processo foi empregado por especialistas para determinar como os humanos evoluíram ao longo dos séculos.

Em fevereiro, pesquisadores revelaram uma construção 3D de uma antiga mulher nabateia com base em restos descobertos em 2015 em uma tumba de 2 mil anos em Hegra, um sítio arqueológico na Arábia Saudita.

“Usando os crânios de pessoas vivas, além do trabalho realizado no campo forense, a probabilidade de que a imagem se pareça com a aparência do NK2 é significativamente alta”, pontuou Moraes, o designer, à CNN.

 

Santos e Moraes esperam que seu trabalho sirva de base para a pesquisa de outros arqueólogos sobre a evolução humana. Eles planejam mostrar a reconstrução facial em uma exposição no futuro após o estudo, publicado no jornal brasileiro “OrtogOnline” no mês passado.

“O fato de esse indivíduo ter mais de 30 mil anos o torna importante para entender a evolução humana”, destacou Santos.

Moraes enfatizou que, embora a mandíbula do homem seja mais forte que a dos humanos modernos de hoje, “35 mil (anos atrás) éramos quase os mesmos”.

“Se um homem daquela época pudesse andar na rua (hoje), as pessoas não veriam nenhuma diferença das outras”, ponderou.


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