05/04/2023 às 09h31min - Atualizada em 05/04/2023 às 09h31min

Após acusações, Trump diz que sistema de Justiça virou “sem lei” e ataca Biden

Ex-presidente enfrenta 34 acusações formais, incluindo "conspiração ilegal" contra eleição de 2016 nos EUA

AB Notícia News
CNN
Kena Betancur/Getty Images

Em coletiva de imprensa na noite desta terça-feira (4), após ser acusado formalmente com 34 ações sobre registros falsos da Trump Organization, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou que nunca pensou “que algo assim pudesse acontecer” no país.

Segundo os promotores de Nova York, ele estaria envolvido em um esquema de “conspiração ilegal” contra eleição de 2016. Ele se declarou inocente.

 

Trump alegou que o sistema de Justiça virou “sem lei” e que estaria sendo utilizado por seus adversários para “ganhar eleições”. “Este caso falso foi trazido apenas para interferir nas próximas eleições de 2024. E deve ser descartado imediatamente”, disse ele.

 

“O único crime que cometi foi defender destemidamente nossa nação daqueles que procuram destruí-la”, destacou o empresário em sua propriedade em Mar-A-Lago, na Flórida.

O ex-presidente apareceu para uma multidão de apoiadores acompanhado pela música “Proud to be an American” (Orgulhoso de ser americano, em tradução livre). A multidão gritou “EUA” enquanto ele se dirigia ao microfone.

Ele mencionou e questionou novamente a eleição presidencial de 2020, atacou o presidente Joe Biden — dizendo que o país viveu o “tempo mais vergonhoso” com a retirada do Afeganistão — e afirmou que “nosso país está indo para o inferno”, ao que o público aplaudiu.

Se defendeu também do caso dos documentos federais encontrados em sua residência em Mar-a-Lago, aproveitando para questionar sobre os outros documentos que foram localizados em propriedade de Biden.

No início do discurso, o empresário também atacou o promotor do caso, Alvin Bragg, alegando que ele teria feito uma “campanha ‘vou pegar o presidente Trump'”.

Acusação

Donald Trump compareceu a uma audiência judicial no tribunal no centro de Manhattan, em Nova York, onde se apresentou à Justiça dos Estados Unidos. Ele se declarou inocente de todas as 34 acusações.

Os promotores pontuaram que Trump faria parte de um plano ilegal para suprimir informações negativas – incluindo um pagamento ilegal de US$ 130 mil ordenado pelo réu para silenciar informações que prejudicariam sua campanha.

A acusação alega que a razão pela qual ele cometeu o crime de falsificação de registros comerciais foi, em parte, para “promover sua candidatura”. Entretanto, ele não é acusado de conspiração criminosa.

Próximos passos

Os promotores pontuaram que esperam produzir a maior parte da ação nos próximos 65 dias.

A equipe de Trump tem até 8 de agosto para apresentar quaisquer moções e a promotoria responderá até 19 de setembro. O juiz Juan Merchan disse que decidirá sobre as moções na próxima audiência pessoal, marcada para 4 de dezembro.

O advogado do ex-presidente, Jim Trusty, afirmou que devem ser postas moções “robustas” para contestar o caso e espera que eles possam interromper o caso.

Caso contrário, Trusty ressaltou que espera que os advogados de Trump “descubram se há uma maneira de tentar forçar isso antes” da audiência de 4 de dezembro.

Promotor: Não normalizaremos conduta criminosa, não importa quem você seja

O promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, falou em entrevista coletiva após o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ser acusado formalmente nesta terça-feira (4).

“De acordo com a lei do estado de Nova York, é crime falsificar registros comerciais com a intenção de fraudar e ocultar outro crime. É exatamente disso que se trata este caso: 34 declarações falsas feitas para encobrir outros crimes. Esses são crimes em Estado de Nova York”, disse.

“Não importa quem você seja, não podemos e não iremos normalizar condutas criminosas graves”, advertiu Bragg.

Ainda segundo Bragg, Trump assinou pessoalmente cheques para seu ex-agente Michael Cohen por nove meses.

“Durante nove meses consecutivos, o réu manteve em mãos documentos contendo esta mentira fundamental – que ele estava pagando a Michael Cohen por serviços jurídicos prestados em 2017”, pontuou.

O promotor também ressaltou durante a entrevista coletiva que seu escritório descobriu “evidências adicionais” que não possuíam na época em que não estava no cargo.

Falando sobre o momento das acusações – e a decisão de seu antecessor de não apresentar acusações contra Trump neste caso – Bragg disse: “Não trago casos antes de uma investigação completa e rigorosa”.

“Agora, tendo feito isso, o caso foi aberto. Faço isso há 24 anos e sou familiarizado com investigações rigorosas e complexas”, observou.


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