30/03/2023 às 11h18min - Atualizada em 30/03/2023 às 11h18min

Paranaense deixa família aos 17 anos e faz sucesso no agronegócio

Jurandir Proença Lopes chegou à capital paulista pobre e semianalfabeto nos anos 1970 e hoje tem diversas fazendas de gado, feijão, soja e milho.

AB Notícia News
G1
Bring Filmes | Julien Pereira

Jurandir Proença Lopes é um agricultor de quase 70 anos que divide a vida entre Ventania, no Paraná, e Itapetininga, no estado de São Paulo. Trabalhador rural desde sempre, tem orgulho de sua história: ajudava seu pai, junto de seus 15 irmãos e da mãe, a tocar a lavoura da família.

“No meu tempo não tinha mordomia. Nenhum de nós conseguia estudar, todos precisavam ajudar na fazenda. Minha mãe nunca calçou um sapato na vida. Passava os dias na roça, fazendo queijo, comida para a família e criando os 15 filhos. Mas havia uma certa fartura de comida: arroz, feijão e carne nunca faltaram.”

 

Antes mesmo de completar 18 anos, em 1971, Jurandir desentendeu-se com o pai, “caboclo rígido, mas justo”, como ele costuma falar, e partiu para São Paulo em busca de um novo trabalho com um dos irmãos, que empreendia no setor florestal por lá.

“Com 17 anos me sentia um adulto e por ser meio rebelde, decidi me afastar do meu pai, que era muito severo quando fazíamos algo errado. Coloquei um saco nas costas e me mudei para São Paulo, um estado que eu não conhecia. Estava sem dinheiro e sem expectativas.”

Surpreendentemente, a aposta de Jurandir deu certo e ele começou a prosperar. Aos 21 anos casou-se e decidiu abrir seu negócio no setor madeireiro, desvinculando-se do irmão. Sua empresa passou a atender o setor industrial e a trabalhar com resina. Foi convidado a se vincular a um grupo empresarial português e a parceria permaneceu por 23 anos. Ao se desligar, atuou no Triângulo Mineiro e no norte de Minas, em Salinas. E tudo o que ganhava tinha um destino certo: a compra de terras.

 

“Meu pai falava que sempre haveria um vizinho querendo vender um pedaço de chão e era verdade. Comecei a comprar as terras vizinhas às minhas e hoje tenho quatro boas fazendas que fazem a integração entre lavoura e pecuária. Não sou um homem de luxo, gosto de simplicidade. Tudo o que ganhei na vida gastei em gado e terra.”

 

Seu objetivo, aliás, é fazer com que suas fazendas sejam ainda mais eficientes e tecnológicas para que seus dois filhos – ou pelo menos um deles, diz – deem sequência ao trabalho pelo qual deu a vida.

“Quero estabelecer um bom gado de corte, deixar a lavoura funcionando e o maquinário adequado para que meus filhos mantenham o negócio.”

 

Ao comparar a tecnologia do passado – burros, inchadas e carros de boi – com a atual, com drones, maquinário, análise do solo, fertilizantes e veículos, valoriza ainda mais o trabalho dos pais, que tiraram o sustento da terra com a força dos braços.

“A tecnologia é muito importante para o agronegócio. Se eu não corrigir as terras com calcário e fertilizante de primeira linha, nada floresce. Hoje temos a tecnologia de drones, 5G, trator sem tratorista, colheitadeira sem operador. Acabou o arado, o burro, a inchada. Tudo está muito diferente.”

Outro recurso tecnológico do qual Jurandir não abre mão é a Chevrolet S10 High Country, que tem há 30 anos. Para ele, é o veículo mais macio e o confortável do segmento.

“A picape Chevrolet S10 é espetacular. É rápida e macia. Já tive outras marcas e depois de passar o dia dirigindo, ficava todo dolorido. Com a Chevrolet S10 isso não acontece. Ela vai bem na estrada de terra e na pista, e se chover ela vai embora. É uma picape forte. É boa para passear, trabalhar, pescar, caçar, fazer o que quiser. Além de tudo é bonita e todo mundo quer ter uma.”

Para se inteirar dos avanços tecnológicos do agronegócio, Jurandir é assíduo frequentador de feiras pelo país. Foi expositor de gado de elite durante alguns anos, mas hoje participa em outros segmentos. Para ele, é uma ótima oportunidade para fazer negócios, conhecer pessoas do ramo, novas tecnologias e técnicas de manejo.

 

Como bom caboclo, Jurandir sabe lidar com gente. Conhece os dois lados do balcão – do patrão e do funcionário – e garante que o segredo do seu sucesso é a empatia que tem com os trabalhadores rurais. Come com eles, convive no dia a dia e conhece as dores e os sonhos de quem mexe com a terra.

 

“É preciso ter empatia para saber ouvir, orientar e ajudar cada trabalhador. Sem salto alto, falar a linguagem deles. Quem não sabe fazer isso não deveria trabalhar no campo.”

Sem papas na língua, o produtor rural se diz feliz e realizado, e segue a vida alimentando o país com o seu trabalho.

 

“Uma saudade? De quando tinha 18 anos para poder comer, passear, namorar, viver a vida sem os limites que a idade impõe. Mas sou muito feliz. Tenho quase 70 anos, vivo bem, tenho uma família muito legal, vivo em um lugar muito gostoso, cercado de amigos, incluindo os meus colaboradores. O que mais posso querer?”


Nome: Jurandir Proença Lopes

Idade: 69 anos

Cidade e estado: Ventania-PR e Itapetininga-SP

Com o que trabalha no agro: Soja, milho, feijão e gado


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