30/03/2023 às 11h14min - Atualizada em 30/03/2023 às 11h14min

Após 3 anos da 1ª morte por Covid, Campinas tem 5.451 vítimas e faz apelo sobre vacina bivalente diante de cobertura 'aquém do esperado'

Veja perfil dos óbitos por faixa etária, sexo e região na cidade desde início da pandemia até 29 de março. Saúde reforça necessidade de imunização de grupos prioritários; veja situação.

AB Notícia News
G1
Osvaldo Furiatto/Arquivo Pessoal

A primeira das 5.451 mortes por Covid-19 confirmadas por Campinas (SP) completa três anos, nesta quinta-feira (30), em meio ao contexto de alerta da Secretaria de Saúde sobre a importância da vacina Pfizer bivalente para os públicos já elegíveis diante da cobertura avaliada como "aquém do esperado" no primeiro mês de aplicação das doses pelos centros de saúde. O objetivo é garantir proteção contra as cepas originais do novo coronavírus, a variante ômicron e subvariantes desta versão do vírus.

Os dados considerados na reportagem foram atualizados até 12h15 de quarta-feira pela prefeitura. O primeiro óbito divulgado na pandemia foi de um homem de 86 anos, em um hospital particular de São Paulo. Depois, em 4 de abril daquele ano, a administração comunicou que o primeiro óbito de residente em Campinas foi, na verdade, de uma mulher de 71 anos, em 28 de março, em hospital público.

 

 

Período mais letal

 

Desde o início da pandemia, a metrópole totaliza 283.047 infecções. Ao longo da crise sanitária, o período mais letal foi de março a julho de 2021, quando o contexto era marcado não somente pela presença da variante P1 do vírus, caracterizado por alta transmissibilidade, mas ainda de falta de cuidados com aglomerações, uso de máscara ou distanciamento, e ritmo lento da vacinação à época. A redução só ocorreu a partir do avanço da imunização, sobretudo com o esquema completo.

 

  • Confira abaixo como está a aplicação da vacina bivalente e orientação da Saúde

 

A vítima mais jovem foi uma criança de 11 meses, enquanto a pessoa mais velha tinha 111 anos.

A administração deixou de publicar informações sobre as vítimas da Covid-19 a partir da última semana de maio de 2022, quando os boletins sobre a doença e ocupação de leitos nos hospitais deixaram de ser diários. À época, a prefeitura alegou que fez esta alteração porque o cenário epidemiológico da doença deixou de ser uma Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional.

 

Perfil das vítimas

 

Como está a vacinação?

 

A coordenadora do Programa de Imunização de Campinas, Chaúla Vizelli, voltou a ressaltar a importância da aplicação da vacina Pfizer bivalente para os públicos já elegíveis para receber a dose. Segundo ela, o resultado da campanha é avaliado neste momento como "aquém do esperado".

A campanha na cidade começou em 27 de fevereiro e, desde então, 57.221 doses foram aplicadas. Deste total, 52.466 foram direcionadas para pessoas com mais de 60 anos, informou a administração.

Já as outras 4.755 foram direcionadas aos demais públicos prioritários elegíveis: imunossuprimidos a partir de 12 anos, residentes e trabalhadores de instituições de longa permanência, indígenas, populações ribeirinhas e quilombolas, gestantes e puérperas.

 

A Secretaria de Saúde diz que o sistema de registro não indica neste momento qual o número de imunizantes aplicados em todos os grupos, exceto idosos, mas destacou que o número é baixo ao lembrar que 50 mil profissionais da área de saúde e 12 mil gestantes e puérperas podem se vacinar.

 

"Esse número significa que 36% dos idosos já receberam a vacina. Ainda é um número aquém porque a gente vinha observando maior adesão e a gente quer que chegue a 90%. E menos de 5 mil foram para os demais públicos. Só trabalhadores da saúde e gestantes seriam 62 mil. Precisamos reforçar a busca pela vacina, há doses em todas as unidades e temos estoque", explicou Chaúla.

A previsão da prefeitura é de que na próxima semana seja iniciada a vacinação de mais quatro grupos:

 

  • Pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos)
  • População privada de liberdade (a partir de 18 anos)
  • Adolescentes cumprindo medidas socioeducativas (menores de 18 anos)
  • Funcionários do sistema de privação de liberdade

 

A prefeitura ainda não tem estimativa sobre o número de doses necessárias para eles.

"Os grupos são prioritários por conta da exposição ao vírus ou condições de risco, por isso, precisam ser imunizadas imediatamente. A campanha contra Influenza [vírus da gripe] está próxima e, como a procura está baixa e não há contraindicação para aplicar as vacinas juntas, talvez a pessoa consiga garantir a imunização contra a Covid junto, uma vez que os grupos prioritários são quase os mesmos", avaliou Chaúla. Segundo ela, um informe do Ministério da Saúde indica 10 de abril como data de início.

Ao g1, Chaúla lembrou que a vacina é segura e considerada a melhor forma de proteção.

"Desde a expansão da vacinação a gente viu decréscimo de casos graves e mortes. O vírus continua circulando e a gente precisa garantir a imunidade das pessoas. É muito importante que todos façam adesão para a gente conseguir manter o controle", falou a coordenadora do Programa de Imunização.

 

Quem pode receber a dose e onde?

A vacina está disponível em todos os centros de saúde (CSs). De acordo com a administração, podem procurar os postos quem tomou ao menos duas doses do esquema vacinal, sendo a última há pelo menos quatro meses. Os horários das salas de vacina estão disponíveis no site oficial.

Para se vacinar, é preciso apresentar documento com foto e número do CPF e carteira de vacinação, se tiver. No caso dos imunossuprimidos, também é necessário apresentar comprovante médico. E no caso dos profissionais da saúde, é necessário também um comprovante sobre a atuação profissional.

A Secretaria de Saúde reforçou que, em relação aos que não se enquadram no público apto a receber a dose bivalente, a orientação é manter o calendário vacinal contra a doença atualizado com os imunizantes monovalentes, que também estão disponíveis em todos os centros de saúde.

Em nenhum caso é preciso agendamento para receber o imunizante.


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