27/03/2023 às 10h08min - Atualizada em 27/03/2023 às 10h08min

Governo de Israel sobrevive a moção de censura em dia de greve e protestos

A reforma que primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tenta promover no Judiciário vem gerando onda de manifestações pelo país nas últimas semanas. Alemanha expressa preocupação.

AB Notícia News
G1
Ariel Schalit / AP Photo

Em meio a fortes tensões, greve e protestos, o governo do primeiro-ministro de Israel sobreviveu a uma moção de censura no Parlamento nesta segunda-feira (27).

A moção - um recurso de regimes parlamentaristas através do qual os deputados podem retirar um primeiro-ministro do cargo - foi rejeitada por 59 parlamentares e aprovada por 53. Em uma segunda votação, 60 deputados votaram contra a moção de censura e 51 permaneceram a favor.

Com isso, o Parlamento deu aval para que Netanyahu siga no cargo, apesar de o premiê ser alvo de intensos protestos nas últimas semanas no país, que crescem a cada dia e preocupam a comunidade internacional.

 

 

A revolta é contra a reforma do Judiciário que o líder israelense quer implementar. Entre outros pontos, o texto tira o poder do Tribunal Supremo, cujas decisões passam a ser subordinadas ao Parlamento. Críticos alegam que a alteração aumenta o poder do Legislativo sobre o Judiciário, o que coloca em risco o caráter democrático do Estado.

 

Nesta segunda, o aeroporto de Tel Aviv, o maior do país, teve de suspender voos e atividades por conta de fortes manifestações nos arredores, segundo a imprensa local. Os protestos chegaram, inclusive, perto da casa de Benjamin Netanyahu, e nos arredores do aeroporto Bem Gurion, cujas operações foram suspensas, informa a imprensa local.

Um porta-voz do governo da Alemanha disse nesta segunda-feira que Berlim acompanha "com preocupação" as manifestações em Israel.

 

Greve

 

O chefe do sindicato Histadrut de Israel, Arnon Bar-David, convocou uma greve nacional mais cedo para começar nesta segunda.

A Associação Médica de Israel e a Federação de Autoridades também anunciaram que irçao se juntar aos manifestantes, de acordo com a mídia israelense.

 

Exoneração de ministro

 

No domingo (26), Netanyahu exonerou o ministro da Defesa, Yoav Galant, que no sábado (25) havia pedido uma pausa de um mês no controverso processo de reforma judicial, impulsionado pelo governo.

 

Em um discurso na noite de sábado, o ministro exonerado, que pertence ao mesmo partido de Netanyahu, o conservador Likud, disse temer que a divisão sobre a reforma crie uma "ameaça real para a segurança de Israel".

Desde que o governo Netanyahu, um dos mais à direita da história de Israel, apresentou o projeto de reforma judicial, em janeiro, o país está dividido e há manifestações contrárias a cada semana.


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