Após dois anos de paradas forçadas por escassez de componentes, principalmente de chips, as fabricantes brasileiras de veículos voltam a interromper a produção. Desta vez, também por falta de consumidores. A desaceleração da atividade econômica, inflação alta e juros elevados frustraram as expectativas do setor e levaram empresas a ajustarem os planos de produção.
Pelo menos três grandes companhias — General Motors, Hyundai e Stellantis (dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën — suspenderam linhas de produção e anunciaram férias coletivas aos funcionários. O quadro de desaquecimento de vendas pode se prolongar até 2024, na visão de economistas do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, e novas paradas de fábricas devem ocorrer.
Ontem a Hyundai concedeu férias coletivas de três semanas para os trabalhadores dos três turnos da unidade que produz os modelos HB20 e Creta em Piracicaba (SP).
Amanhã, a Stellantis dispensa por 20 dias os funcionários do segundo turno da fábrica da Jeep em Goiana (PE). Uma semana depois, será a vez dos operários do primeiro e do terceiro turnos, por dez dias, período em que toda a produção dos SUVs Renegade, Compass, Commander e da picape Fiat Toro estará paralisada.
A General Motors também suspenderá a produção da picape S10 e do SUV Trailblazer na planta de São José dos Campos (SP) de 27 de março a 13 de abril.