20/03/2023 às 12h19min - Atualizada em 20/03/2023 às 12h19min

Após ataques, ministério da Justiça diz que vai investir R$ 100 milhões na segurança do RN

Flávio Dino participou de reuniões com o governo do estado na manhã desta segunda-feira (20) e afirmou que há 'controle progressivo' dos ataques.

AB Notícia News
G1
Pedro Trindade/Inter TV Cabugi

O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou investimentos de R$ 100 milhões para a área de segurança pública do Rio Grande do Norte, durante entrevista coletiva, no fim da manhã desta segunda-feira (20).

Dino chegou ao estado na noite de domingo (19) para acompanhar as ações contra ataques criminosos registrados desde o dia 14 de março.

De acordo com o ministro, o valor anunciado sairá do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário Nacional e diz respeito a recursos extras, ou seja, além do que o governo do estado já tinha disponibilizado.

"Nesse ano nós vamos investir R$ 100 milhões no Rio Grande do Norte. Esse recurso será repassado para áreas que foram definidas nesse diálogo com o governo estado. Destaco, exemplificando, que estamos assumindo o custo de três obras importantes para o estado: o Itep, o regimento de cavalaria e o complexo da Polícia Civil. Essas despesas serão assumidas pelo governo federal, o que vai permitir que a governadora dirija esses recursos que iriam para essas obras para aquisição de viaturas e armamentos imediatamente. Estamos liberando capacidade de investimento. Além disso, nós vamos destinar imediatamente ao estado viaturas e armas longas, carabinas, que vão ampliar o poder de resposta das policiais estaduais. Já temos parte desse equipamento comprados e que será entregue ao longo dessa semana ou da próxima", disse o ministro

 

Segundo o ministro, mais de R$ 5 milhões foram empregados pelo ministério desde a terça-feira (14). Ainda de acordo com ele, cerca de R$ 20 milhões de reais serão aplicados na aquisição de novas viaturas.

O ministro ainda confirmou que deverá estender a permanência das forças nacionais, "enquanto a governadora achar necessário". Na mesma entrevista, a governadora do RN, Fátima Bezerra, afirmou que os recursos também serão utilizados para ampliação de vagas e compra de equipamentos para o sistema prisional do estado.

Também na entrevista, Flávio Dino afirmou que a Força de Segurança Nacional ficará "o tempo que for preciso" no Rio Grande do Norte, e que há controle progressivo dos ataques. Até o domingo (19), o estado contabilizou 284 ataques a prédios públicos, comércios e veículos no estado.

 

"Controle progressivo, que significa taxas declinantes. A situação de ontem não é a que nós desejamos, mas é muito melhor que dois ou três dias atrás, porque saímos de centenas de ataques para menos de 10", disse o ministro.

 

Segundo o ministro, o estado conta com um efetivo extra de 700 agentes das forças federais e da força nacional, além de militares enviados por outros estados.

 

Ataques

 

Mais de 50 cidades do Rio Grande do Norte foram alvos de ataques criminosos em uma semana. O terror começou na madrugada de terça-feira (14), quando prédios públicos e privados foram depredados, veículos incendiados e moradores das regiões ficaram em estado de pânico.

 

Somente em um depósito de medicamentos incendiado, a prefeitura de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, estimou prejuízos de mais de 10 milhões. O caso aconteceu na madrugada de sexta-feira (17).

O empresário do ramo do turismo, José Cardoso Sobrinho, teve quatro ônibus queimados em uma garagem na Zona Norte de Natal na noite de terça (14). O prejuízo financeiro dele é estimado em R$ 500 mil. Assim como ele, outras pessoas ficaram sem seus meios de trabalho.

Os ataques começaram na madrugada do dia 14 de março, quando ao menos 20 cidades foram alvos de destruição. No primeiro dia, um fórum de Justiça, duas bases da Polícia Militar, a sede de uma prefeitura e outros prédios públicos foram alvos.

Veículos foram incendiados, incluindo ônibus do transporte público. Nos dias seguintes, mesmo com a segurança reforçada, os ataques continuaram. Mais de 130 pessoas pessoas foram presas suspeitas de envolvimento nos ataques.


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