16/03/2023 às 12h01min - Atualizada em 16/03/2023 às 12h01min

Pesquisa: 94% dos agentes do mercado financeiro confiam pouco ou nada em Lula

Para 98% dos entrevistados, a política econômica de Lula caminha na direção errada. E 78% dos executivos, economistas e analistas ouvidos acreditam que a economia vai piorar nos próximos 12 meses

AB Notícia News
O Tempo
Evaristo Sá/AFP

Uma pesquisa da Genial/Quaest, divulgada quarta-feira (15), mostra que 94% dos agentes do mercado financeiro do Brasil confiam pouco ou nada na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A primeira edição da pesquisa “O que pensa o mercado financeiro” ouviu 82 executivos de casas de investimentos de São Paulo e Rio de Janeiro, entre gestores, economistas, traders e analistas.

A pesquisa indica que, para 98% dos entrevistados, a política econômica do novo governo Lula caminha na direção errada. E 78% deles acreditam que a economia vai piorar nos próximos 12 meses. Com a economia piorando, há riscos, por exemplo, de descontrole inflacionário, desemprego e retração nos investimentos.  

Por outro lado, ao serem questionados sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, 68% dos agentes dizem que confiam muito, 30%, mais ou menos e 2%, nada.

 

Entre os entrevistados do mercado financeiro, 73% acredita que o Brasil corre risco de recessão em 2023, 42% espera uma diminuição dos investimentos externos no País nos próximos anos e 90% não acredita que a política fiscal do governo atual vai sustentar a dívida pública.

O debate sobre o novo arcabouço fiscal, que vai substituir a regra do Teto de Gastos imposta no governo de Michel Temer (2016-2018), tem movimentado os investimentos desde que o terceiro mandato de Lula começou, em 1.º de janeiro de 2023. 

 

O tema é aguardado com apreensão desde que, antes da posse, o Congresso aprovou um espaço de R$ 145 bilhões para o novo governo bancar programas sociais. A pesquisa mostra ainda que a expectativa da maioria (61%) dos 82 entrevistados é que a nova regra fiscal seja aprovada nos próximos seis meses. 

Já a reforma tributária – outra pauta econômica vista como prioridade tanto para o governo quanto para o mercado – divide mais as opiniões em relação ao tempo necessário para a aprovação: 41% vê como “regular” a chance do governo passar a proposta nos próximos seis meses, enquanto 32% vê como alta e 26%, como baixa.

A proposta de criação de um imposto único, no entanto, é unanimidade: 98% consideram como uma decisão acertada. Para 86% dos entrevistados pela Genial/Quaest, as chances do governo usar o Banco do Brasil ou a Caixa para baratear o crédito são altas. Outros 74% também veem como forte a possibilidade de alterações na Lei das Estatais.

Na Petrobras, 91% acredita que o governo vai alterar a política de dividendos nos próximos seis meses, enquanto 81% aposta na alteração da política de paridade de importações (PPI). (Com Estadão Conteúdo)


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