Inquérito foi aberto para investigação de crime de estelionato e Polícia Civil ainda apura quem são os culpados. Bigode diz que é sócio de intermediadora, mas que não aplicou golpe. Glaucus Vinícius Silva, delegado da Polícia Civil de São Paulo
Reprodução/TV Globo
Em entrevista ao "Encontro", da TV Globo, o delegado da Polícia Civil de São Paulo Glaucus Vinícius Silva afirmou que o atacante Willian Bigode apresentou documentos à investigação que demonstram que ele também investiu no esquema de criptomoedas que recomendou ao colega, o meia Gustavo Scarpa.
De acordo com o investigador, Bigode forneceu provas para comprovar investimento na casa dos R$ 17 milhões no mesmo esquema. Ainda assim, ele não afastou a possibilidade de responsabilização no curso do processo.
"Todos os fatos serão investigados e, nesse momento, não posso afirmar nenhum juízo de culpabilidade. A gente vai investigar e divulgar as conclusões da Polícia Civil: quem foi culpado, quem não foi, e a responsabilidade, se houve responsabilidade criminal de cada um", disse Silva.
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O delegado diz que os investigadores não seguem a linha de investigação de que o esquema seja uma pirâmide financeira, mas um caso de estelionato.
"O que eu posso divulgar é que as alegações das vítimas foram comprovadas, conseguiram demonstrar [o golpe]. Nesse momento, o que é possível, o que podemos e devemos falar, é os fatos deram justa causa a instauração de um inquérito policial", afirmou.
Glaucus Vinícius Silva diz que o caso requer cuidado porque envolve pessoas de "renome, inclusive internacional", mas que a Polícia Civil aproveita a ampla repercussão do caso para procurar novas vítimas.
"Ainda não vieram outras pessoas, outras vítimas. O que acontece é que, nesses crimes principalmente, que envolvem confiança, as pessoas se sentem envergonhadas. Elas não acreditam que caíram [em um golpe]", disse o delegado
"Mas a gente pede, a segurança pública, a justiça, que as pessoas... O cidadão tem que entender que é um dever comunicar a Polícia", afirmou.
Bigode se pronunciou
Willian Bigode diz ter sido vítima de empresa de criptomoedas
Bigode veio a público por meio de suas redes sociais depois da repercussão da denúncia de Scarpa, que perdeu R$ 6,3 milhões ao aplicar em uma empresa de investimento em ativos digitais. A empresa, Xland, foi apresentada a Scarpa por Bigode, que intermediou a negociação pela empresa que é sócio, a WLJC.
"Não sou dono e nem sócio da Xland e muito menos golpista. Até porque, eu não peguei o dinheiro de ninguém. Eu sou vítima, até porque até hoje não peguei o meu recurso", disse.
No esquema, a empresa prometia investimento com rendimento mensal de 5% ao mês e oferecia como segurança ter um alto valor em pedras preciosas. O investimento foi feito por Scarpa no segundo semestre de 2022. Além dele, ao menos outros dois jogadores também fizeram o investimento pela empresa de Bigode. Ele recebia uma porcentagem pelos investimentos que trazia para a Xland -- sistema que configura o esquema de pirâmide.
A empresa de Bigode é alvo de uma denúncia por estelionato pelos jogadores Scarpa e Myke. Eles pediram na Justiça a devolução dos valores e as contas de Bigode foram bloqueadas.
Willian tem negado as acusações e se disse também vítima do esquema da empresa Xland. Segundo ele, a empresa era parceira da sua e era ela quem administrava os investimentos.
"O mais doloroso, constrangedor e triste é você ver e ouvir mentiras e calunias. Mas minha equipe de advogados está tomando todas as medidas cabíveis", disse no vídeo em suas redes.
Mensagens de texto e de áudio revelam detalhes do golpe sofrido por Gustavo Scarpa
Credito G1
Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/03/14/delegado-esquema-de-criptomoedas.ghtml
