ReproduçãoNa Bahia, alguns projetos têm ajudado especificamente empreendedores negros.
O inglês fluente é resultado das aulas que Pedro frequentou em um projeto social tocado pela própria comunidade, na periferia de Salvador. Ali, ele também aprendeu noções de finanças e empreendedorismo.
“Eu me sinto mais confiante, pelo conhecimento que já tenho, que é grande, eu me sinto preparado”, conta o ex-aluno do Investidores da Esperança, Pedro Moura.
Pedro está entre as quase mil pessoas que passaram pelo projeto 'Investidores da Esperança'.
“Os empreendedores da favela, eles empreendem para sobreviver, então, é tudo debaixo de um jeitinho, de algo meio que amador. O que estamos desenvolvendo como educação empreendedora é construir um raciocínio de longo prazo e de que é possível empreender e, através do empreendedorismo, ter mudança de vida”, diz o CEO do Investidores da Esperança, Eduardo Souza Neto.
São iniciativas como essa, muitas vezes nascidas em comunidades e por necessidade que ajudam a fortalecer o empreendedorismo negro e garantir negócios mais lucrativos. É uma maneira de tentar mudar um cenário de desigualdade racial, oferecendo oportunidades e, principalmente, promovendo qualificação.
É o que faz o ‘Acelera Iaô’, financiado pela Iniciativa Privada e que já ajudou mais de 300 pessoas com cursos em diversas áreas. Foi o apoio que Vanessa Luz precisava para incrementar o negócio de geladinhos e bebidas gourmet.
“A gente está montando a nossa base de market place e trabalhando no sentido de expandir o nosso negócio para micro franquias. Tirou a gente da caixinha de modelo imposto que a gente tinha concebido como empreendedorismo e trouxe a gente uma outra possibilidade tanto como empreendedor, como pessoa”, diz a empreendedora.
Especialistas acreditam que esse investimento gera uma cadeia de benefícios.
“A gente diminui a criminalidade, a gente diminui a vulnerabilidade infantil, a gente diminui a quantidade de pessoas em situação de rua, porque a gente traz um conforto econômico para quem dá direcionamento às famílias, a gente impacta toda a sociedade”, conta a coordenadora do ‘Acelera Iaô com Elas', Priscila Mércia.
O ‘Afroestima Salvador’, da prefeitura , abriu as portas para Márcia. Hoje, as tiaras e turbantes que produz são a principal fonte de renda da família.
“Através dos cursos eu consegui ter noções, principalmente, na parte financeira, que era o que mais me fazia falta, de fazer a parte da organização, poder reinvestir o dinheiro nos produtos, em tecidos, produtos de qualidade”, diz a empreendedora Márcia Regina Gomes.
“Toda a cidade se movimenta, a cultura e turismo tem o potencial de impacto econômico muito grande e o poder público tem um papel de reparação essencial nesse processo”, conclui a Diretora da Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador, Maylla Pita.
