06/03/2023 às 09h54min - Atualizada em 06/03/2023 às 09h54min

Dino deve acionar PF nesta segunda para apurar tentativa do governo Bolsonaro de trazer ilegalmente joias ao país

Ministro da Justiça disse que caso pode configurar crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro. Peças foram apreendidas pela Receita porque não foram declaradas.

AB Notícia News
G1
JN

O ministro da Justiça, Flávio Dino, deve acionar a Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (6) para que o órgão investigue possíveis crimes na tentativa do governo Bolsonaro de trazer ilegalmente para o Brasil joias para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro avaliadas em R$ 16,5 milhões.

As joias, um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle, foram encontradas com um integrante da comitiva do Ministério de Minas e Energia, que desembarcou no Aeroporto de Guarulhos em outubro de 2021, após uma viagem oficial ao Oriente Médio.

Elas foram apreendidas pela Receita Federal, porque não foram declaradas como item pessoal e nem como presente para o estado brasileiro.

 

Segundo Dino, os fatos podem configurar os crimes de:

 

  • descaminho, que é a tentativa de driblar o pagamento de impostos e tem pena de 1a 4 anos de prisão;
  • peculato, quando um funcionário público se apropria de um bem (2 a 12 anos de reclusão);
  • lavagem de dinheiro, que é a tentativa de ocultar a origem ilícita de um bem (3 a 10 anos).

 

Desde que as peças foram apreendidas, houve ao menos oito tentativas do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro de recuperar os itens. Essas investidas envolveram os ministérios de Minas e Energia e Itamaraty, Planalto e Receita, mas os servidores da Receita resistiram.

 

MPF

 

Em uma nota divulgada na noite do último sábado (4), a Receita Federal disse que informou ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal o caso envolvendo as joias da ex-primeira-dama, revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e confirmado pela TV Globo.

No comunicado, a Receita não citou os nomes dos envolvidos, mas apontou que "todo cidadão brasileiro sujeita-se às mesmas leis e normas aduaneiras, independentemente de ocupar cargo ou função pública".

Um procurador ouvido pela TV Globo afirmou que "chama atenção a pressão das autoridades".

 

"Segundo os fatos informados na mídia, pode ter havido alguma forma de advocacia administrativa ou corrupção", disse.

 

 

O procurador apontou ainda que essa intervenção "parece ser o mais grave" no caso.

 


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