01/03/2023 às 14h53min - Atualizada em 01/03/2023 às 14h53min

'Pensei que estava todo baleado', diz pescador atingido depois que saiu para comprar tempero em Salvador

Família acusa PM por disparos. Polícia Civil, que investiga caso, nega versão e fala em confronto entre rivais.

AB Notícia News
G1
Reprodução/TV Bahia

O idoso, que trabalha como pescador, contou que pensou que tinha sido baleado em diversas partes do corpo depois que saiu para comprar tempero, no bairro da Mata Escura, em Salvador. A vítima, que preferiu não se identificar por questão de segurança, foi baleado apenas na perna durante disparos de arma de fogo na terça (28).


Na ocasião, outro homem também foi baleado. Ele sobreviveu, foi socorrido para o Hospital Roberto Santos, mas não há detalhes do estado de saúde dele.

Segundo informações da Polícia Civil, os homens ficaram feridos durante um tiroteio entre grupos criminosos rivais. No entanto, a família de uma das vítimas diz que tiros partiram de militares.


"Eu estava fazendo uma comida. Aí eu fui pegar o tempero. Quando eu saí de casa, que dobrei assim... Os policiais entraram [na rua] atirando", contou o idoso.


O idoso disse que se assustou e correu após ver os policiais atirando. Já baleado, sentou na porta da casa da vizinha e foi abordado por um dos PMs.

 

"Corri, fiquei na esquina, já baleado. Pensei que estava todo baleado. Aí eu cheguei atrás de um pé de planta da vizinha e me sentei, porque não aguentei mais".

 

De acordo com o relato do idoso, ele se apresentou como pescador e foi colocado dentro da viatura da PM, onde foi socorrido e levado para o Hospital Roberto Santos.

 

"Eu disse a ele: 'sou pescador'. Eles me agarraram, me jogaram lá no fundo da viatura. 'Vumbora'. Aí eu fui", relatou.

O caso será investigado pela 11ª Delegacia Territorial (DT) do bairro de Tancredo Neves.

 

Denúncia de parente

 

Uma mulher, que é parente da vítima e preferiu não revelar a identidade, negou a versão apresentada pela Polícia Civil.

 

"Foi a polícia que atirou no meu tio. Não teve troca de tiros nenhuma, eles que já chegaram no bairro atirando", afirmou.

 

O pescador teve alta médica na manhã desta quarta-feira (1°).

"Elas chegam nos bairros e não identificam quem estão atrás. Muitos inocentes são baleados, perdem a vida e os familiares que ficam com dor", reclamou a familiar do idoso.

 

 

"Eles precisam trabalhar com a Justiça e não agredir moradores que não tem nada a ver".


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