24/02/2023 às 19h29min - Atualizada em 24/02/2023 às 19h29min

HIV: quais são os tipos de teste e quando é necessário fazer?

Infectologista alerta que é necessário esperar o tempo da janela imunológica depois da relação sexual desprotegida para fazer o teste de HIV

AB Notícias News
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O uso da camisinha em todos os tipos de relações sexuais ainda é o método mais seguro para evitar as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Mas, quando acontece algum acidente, como esquecer dela na “hora H”, ou o preservativo furar ou estourar, é fundamental fazer exames para diagnosticar possíveis infecções, como a do vírus HIV. 


Os testes de HIV podem ser realizados na rede pública ou privada, mas é importante saber qual fazer e o momento oportuno para não haver falha na identificação da doença. O infectologista Werciley Júnior, chefe da Comissão de Controle de Infecção do Hospital Santa Lúcia, de Brasília, esclarece as principais dúvidas sobre os testes. 


Qual teste fazer?

Existem algumas formas de diagnóstico disponíveis no Brasil: os testes rápidos, os exames sorológicos e o teste PCR para HIV. Os testes rápidos podem ser realizados com uma única gota de sangue coletada da ponta do dedo ou através da amostra de fluido oral.


O resultado é revelado em, aproximadamente, 15 minutos e determina a presença de anticorpos anti-HIV. O exame pode ser feito por um profissional de saúde ou por meio de autoteste para o HIV, que é vendido em farmácia e a própria pessoa interpreta o resultado.

 

Outra opção é o exame sorológico, onde uma amostra do sangue é enviada para análise em laboratório. O resultado sai em até dois dias. O mais conhecidos dos exames laboratoriais é o ELISA, que permite detectar anticorpos específicos no sangue.


O infectologista explica que o resultado positivo implica na repetição de outros dois testes. “Caso o resultado seja positivo, é obrigatório fazer um novo teste ELISA. E mesmo que esses dois sejam positivos, eu sou obrigado a fazer um terceiro teste, o Western Blot, para saber contra quais tipos de proteínas do vírus o meu corpo produziu anticorpo”, afirma.


Há ainda o teste PCR para HIV, usado principalmente em bancos de sangue, em recém-nascidos de mães com HIV e para fazer a dosagem do vírus em uma pessoa que vai começar o tratamento contra a aids.


Quando fazer o teste de HIV?

A testagem deve ser feita sempre que houver a suspeita de infecção – após relações sexuais desprotegidas – mas deve-se esperar o tempo mínimo para a realização do exame, conhecido como janela diagnóstica, que varia de uma semana a 20 dias, a depender do tipo de teste.


Esse período corresponde ao tempo entre o contato com o vírus e a possibilidade de detecção do marcador da infecção, seja o antígeno ou os anticorpos gerados pelo corpo.


“Os testes evoluíram. Antigamente, o tempo de detecção podia demorar até 60 dias. Hoje, a média é de 15 a 20 dias. O PCR é mais eficaz e consegue identificar a presença do patógeno em cinco a sete dias”, esclarece o infectologista.


As pessoas que têm o hábito de fazer sexo desprotegido devem repetir os testes periodicamente, a cada quatro meses.


Onde fazer?

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente os testes para diagnóstico do HIV. A população deve procurar uma das unidades básicas de saúde da rede pública ou os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), onde os exames podem ser feitos de forma anônima.


Deu positivo. E agora?

Todos os métodos de diagnóstico podem ter resultado falso positivo. De acordo com o infectologista, medicamentos e até mesmo outras infecções podem interferir no resultado dos testes. Por isso, o paciente deve repetir os exames para ter a confirmação da infecção. O resultado de um teste rápido precisa ser confirmado com outro exame de um laboratório diferente e de outra metodologia.


Werciley Júnior entende que receber o diagnóstico final positivo para o vírus HIV é difícil para o paciente, porém, lembra que a evolução do tratamento possibilita que ele tenha um controle excelente da doença, com qualidade de vida semelhante à de pessoas saudáveis.


“Ao saber do diagnóstico positivo, temos primeiro que confirmá-lo e acalmar o paciente, porque hoje não é mais uma um certidão de óbito. As pessoas precisam se cuidar para ter uma boa resposta clínica”, conclui.


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