15/02/2023 às 15h47min - Atualizada em 17/02/2023 às 00h05min

Sono é essencial para uma boa saúde e impacta diversos aspectos fisiológicos

Dormir mal pode agravar doenças cardiovasculares, neuropsiquiátricas, respiratórias e endocrinológicas, explica especialista da Unimed-BH

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Uma boa qualidade de sono tem impactos importantes na saúde como um todo e deve fazer parte de uma rotina saudável, assim como praticar atividade física regularmente ou ter uma alimentação balanceada. Segundo a pneumologista, com área de atuação em medicina do sono e cooperada da Unimed-BH, Marta Gouvêa, o sono requer cuidados e deve ser um hábito importante, já que quanto melhor a qualidade do sono maiores serão os impactos no organismo como um todo.
“Muitas pessoas reclamam da qualidade do sono, mas acabam deixando-o de fora da lista de cuidados diários. Ter uma boa noite de sono impacta positivamente vários sistemas do organismo como o neuropsiquiátrico, cardiovascular, respiratório e endocrinológico. E o bom funcionamento do organismo traz resultados imediatos para a nossa vida no geral”, afirma a especialista.
Segundo estudo publicado na revista Sleep Epidemiology (Epidemiologia do Sono), cerca de 65,5% dos brasileiros têm sono de má qualidade. As mulheres são as mais afetadas, de acordo com a pesquisa. A qualidade do sono é definida pela pesquisa como duração (falta ou excesso de sono), regularidade (interrupções durante a noite), e estágios do sono (leve, profundo e REM). Já a Associação Brasileira do Sono (ABS) afirma que a insônia atinge 73 milhões de brasileiros.


Tipos mais comuns de transtorno do sono

A pneumologista Marta Gouvêa explica que as doenças do sono são muito frequentes e elas podem impactar nosso dia a dia. Entre os tipos mais comuns estão síndrome da apneia-hipopneia obstrutiva do sono, insônia e sonolência excessiva diurna.
A síndrome da apneia-hipopneia obstrutiva do sono é um distúrbio que acontece quando a pessoa está dormindo e roncando. Há uma parada respiratória provocada pelo colabamento das paredes da faringe e, levando ao bloqueio da passagem de ar, o que interrompe a respiração por alguns segundos.  A repetição dos episódios de apneia e hipopneia tem como consequência a menor oxigenação do sangue, o que pode levar a danos no organismo. Em adultos, a síndrome da apneia-hipopneia do sono é caracterizada por mais de 5 eventos por hora de sono dormida, levando a redução da oxigenação do sangue. A enfermidade pode causar ou agravar casos de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, arritmias, infartos e insuficiência cardíaca congestiva.
Já a insônia é definida como uma prolongada dificuldade para dormir que pode se manifestar no período inicial, intermediário ou final do sono.  Esse distúrbio do sono pode ocorrer ao longo da vida e quando se prolonga deixa de ser um sintoma e passa a ser um transtorno crônico. A maioria dos casos de insônia pode estar relacionada a maus hábitos, depressão, ansiedade, falta de exercícios físicos, doença crônica ou certos medicamentos. Os impactos podem ser sentidos durante o dia, já que a falta de boas horas de descanso pode causar fadiga, déficit de atenção, concentração ou memória, alteração de humor, sonolência, hiperatividade entre outros.
A sonolência excessiva diurna (SED) ou hipersonia é definida como a incapacidade da pessoa se manter acordada ou alerta durante os principais períodos de vigília do dia, resultando em sonolência e lapsos de sono não intencionais.  A SED deve ser diferenciada da fadiga, condição em que a movimentação e concentração se tornam mais difíceis com o aumento da duração da tarefa e, ao contrário da SED, sua recuperação exige o repouso e não o sono. A gravidade da sonolência é variável, podendo contemplar desde uma sonolência leve, manifesta por distração, até uma sonolência grave, em que podem estar presentes lapsos involuntários de sono, amnésia e comportamento automático. A SED é considerada patológica se os sintomas estiverem presentes há mais de três meses e esses pacientes devem ser avaliados por médicos especialistas em Medicina do Sono.

Como ter uma melhor qualidade do sono

A pneumologista e cooperada da Unimed-BH, Marta Gouvea, explica como podemos melhorar nossa qualidade do sono, adotando técnicas e hábitos durante o dia e noite. “Entre as iniciativas, algumas atitudes simples como introduzir uma rotina de atividade física durante a semana, evitar excesso de cafeína nos períodos da tarde e/ou noite, reduzir o uso de telas como celulares, televisão, tablets antes de dormir, são hábitos que fazem parte da higiene do sono”, alerta.
Além disso, a pneumologista lista outros hábitos saudáveis como tentar manter uma rotina e ir para cama sempre no mesmo horário, evitar se alimentar em grandes quantidades durante à noite, tomar um banho relaxante antes de ir para cama, deixar o ambiente silencioso e mais escuro e até beber um chá calmante. “São mudanças pequenas, mas que fazem uma grande diferença na qualidade do sono e na saúde como um todo”, explica Marta.  “Depois dessas mudanças de hábitos se a qualidade do sono continuar ruim, a orientação é procurar um especialista”, declara.
 


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