20/11/2019 às 08h40min - Atualizada em 20/11/2019 às 08h51min

Congelamento de sêmen é saída para preservar fertilidade antes do tratamento de câncer de próstata

Quimioterapia e radioterapia podem comprometer a produção de espermatozoides, que devem ser congelados para futuros procedimentos da medicina reprodutiva

DINO
http://www.drviniciusstawinski.com.br
Pai abraçando filho

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, perdendo apenas para o câncer de pele (não-melanoma), de acordo com o InstitutoNacional de Câncer (INCA). Somente no ano passado, estimativas apontam 68,2 mil novos casos. O tratamento da doença, que afeta em maior número pacientes com mais de 45 anos, pode causar a infertilidade. Neste cenário, o congelamento do sêmen é a melhor saída quando se pensa em preservar a possibilidade de geração de um filho futuramente por meio de tratamentos como a Fertilização In Vitro (FIV).

De acordo com o médico especialista em reprodução humana, Vinícius Stawinski, não somente o câncer em si afeta a fertilidade masculina, mas também o tratamento que será adotado para enfrentá-lo, como a quimioterapia, a radioterapia e a cirurgia. O risco aumenta conforme a idade do paciente, o tipo da medicação e a dose recebida. "O objetivo da quimioterapia é atuar nas células cancerígenas, que têm como característica se dividirem rapidamente. Porém, as medicações podem atingir outros sistemas do corpo humano que tem essa característica natural, como é o caso do sistema reprodutor. Na formação dos espermatozoides, ocorre alta divisão celular, sendo alvo fácil para o efeito desses remédios".

Sobre a radioterapia, o médico especialista destaca que esse procedimento se vale do uso de radiações ionizantes direcionadas para destruir as células tumorais. "Para tumores localizados em região pélvica/abdominal, pela proximidade, os testículos podem ser irradiados e terem sua função afetada por consequência", detalha.

No mês em que é realizada a companha Novembro Azul para conscientização dos exames preventivos contra o câncer de próstata, o médico ressalta a importância do diagnóstico precoce e do congelamento do sêmen antes do início do tratamento. "Diferente da mulher, que tem o ginecologista, da criança, que tem o pediatra, dos idosos, que tem o clínico/geriatra, o homem infelizmente não tem o hábito de realizar e comparecer à avaliação médica de rotina, que apontaria qualquer alteração".

Para que se preserve a fertilidade após o tratamento do câncer, seja ele de próstata, de testículos ou qualquer outro, a recomendação é congelar os espermatozoides. "O procedimento de preservação de fertilidade masculina é extremamente mais simples, comparado ao feminino. Diferentemente do processo de congelamento de óvulos, em que a mulher necessitará de uso de medicações que visarão aumentar a ovulação, anestesia, punção ovariana para aspiração de óvulos, a obtenção dos espermatozoides se dá através da masturbação, onde no laboratório serão congelados e mantidos em nitrogênio líquido", explica.

Stawinski ressalta que o material poderá ser utilizado posteriormente, através das técnicas de reprodução assistida. "Os procedimentos, de uma forma geral, estão cada vez mais eficazes e com investimento cada vez menos oneroso". O congelamento de sêmen tem custo variando de R$ 500 a R$ 1 mil. Para a manutenção do material no banco é cobrada uma taxa anual de aproximadamente R$ 1 mil.

Dr. Vinícius Stawinski possui Graduação em Medicina pela Faculdade Evangélica do Paraná, com residência em Ginecologia e Obstetrícia. É médico especialista em Reprodução Humana pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Atualmente atende em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná (Londrina, Apucarana e Maringá).



Website: http://www.drviniciusstawinski.com.br


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