13/02/2023 às 14h50min - Atualizada em 13/02/2023 às 14h50min

Sunset é bem diferente de Pipe e mais difícil para apontar favoritos

Globo Esporte
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Começo de ano é assim. Esperamos quatro meses para ter uma etapa do CT e agora, piscamos, já estamos entrando na segunda. A janela para Sunset Pro abriu neste domingo, mas o campeonato só deve rolar mesmo a partir de segunda (13), com ondas de 2 a 3 metros segundo as previsões. Apesar de ser um dos palcos mais tradicionais do surfe, Sunset por muitos anos foi “rebaixada” para o QS e retornou ao CT ano passado, com o brilho dos convidados. O havaiano Barron Mamiya foi o grande vencedor e Caio Ibelli ficou em terceiro.


As ondas em Sunset são bem diferentes das de Pipeline, palco da primeira etapa, apesar da proximidade entre as praias. Pipeline é tubular e não oferece espaço para muitas manobras. A onda de Sunset, por sua vez, tem muito volume e paredes longas. Uma pista de direitas para rasgadas, cut-backs e finalizações poderosas na junção. Além das dificuldades das características da onda, Sunset tem ainda um complicador. A área onde ela pode quebrar é bem grande e achar o posicionamento correto não é fácil. Ficar perdido no line up pode render bons caldos e determinar o fim de uma bateria para o surfista pego no meio do caminho. É uma onda tão complicada que o mito Kelly Slater nunca ganhou lá e deixa claro para todos não gostar de surfar em Sunset.

Como estas condições, Sunset é um dos picos onde fica mais difícil apontar favoritos. Nomes como John John Florencee Gabriel Medina, porém, estarão sempre entre os mais cotados, mas muitos outros podem ir bem em Sunset, a começar pelo próprio Jack Robinson, vencedor em Pipe e que ano passado chegou em quinto lugar. Se em Pipe as ondas são para a esquerda, mas com altas direitas quebrando para Backdoor, Sunset é um campeonato só de direitas.

Como não é uma onda que fica muito em pé para manobras mais verticais, isso ajuda aos regulares (surfistas que surfam de frente para onda nas direitas), facilitando os arcos longos e a utilização das bordas. Entre os brasileiros, Caio, Filipinho, Samuel Pupo, Chumbinho, Michael Rodrigues estão nesse time, enquanto Medina, Italo Ferreira e Miguel vão atacar Susent de costas. Lógico que isso não vai definir o campeão, mas ano passado todos os oito classificados para as quartas-de-final eram regulares.

Um nome para se olhar com atenção é o australiano Ethan Ewing. Dono de um dos surfe de linha mais poderosos e bonitos do tour, foi um dos destaques do ano passado, quando chegou à semifinal e perdeu para Kanoa Igarashi. Jordy Smith também tem um surfe que se encaixa nas pesadas ondas de Sunset, assim como se espera de Samuel Pupo, apesar da falta de experiência no pico.

As baterias de aberturas reservaram pelo menos dois momentos bem interessantes. A começar com a bateria de Caio Ibelli, que contará com a presença dos havaianos Barron Mamiya e Ezekiel Lau; Mamiya derrotou o brasileiro no toque da sirene na semifinal do ano passado, aproveitando-se de um erro de avaliação de Ibelli, que permitiu ao havaiano entrar na onda mesmo tendo a prioridade. Lau, por sua vez, tentou uma manobra que não era irregular, mas bem feia em Pipe, forçando a interferência do brasileiro, que mesmo assim venceu a bateria. Outra que chama atenção é a de Chumbinho, com o australiano Jackson Baker, que pode ser perigoso em Sunset, e JJ Florence, com quem fez dois grandes duelos no ano passado, mas acabou derrotado em ambos.


No feminino, o Brasil ganha o reforço de Luana Silva. Local de Sunset, ela substituirá a australiana Sophie McCulloch. Apesar de uma bateria complicada logo de cara, Luana conhece bem a onda de Sunset e tem um surfe muito forte em ondas para a direita. Ano passado ela ficou em quinto lugar, seu melhor resultado no tour. Depois do quinto lugar em Pipe, Tatiana Weston-Webb esperar melhorar seu resultado em Sunset em relação a 2022, quando terminou em nono. As finalistas na primeira etapa Carissa Moore e Tyler Wrigth aparecem como favoritas.

Não custa lembrar, porém, que ano passado a vitória foi da costarriquenha Brisa Hennessy e nomes como das havaianas Bettylou Sakura Johnson, semifinalista em 2022, e Molly Picklum, quinta colocada, também aparecem fortes, assim como as americanas Lakey Peterson e Caitlin Simmers.

Como viram, Sunset é um campeonato de difícil previsões, mas a torcida (e as previsões indicam) é que tenhamos boas ondas para os surfistas poderem mostrar tudo que sabem. E que dessa vez um brasileiro levante o troféu.



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