12/02/2023 às 15h27min - Atualizada em 12/02/2023 às 15h27min

Curvas na decoração são tendência e refletem necessidade de aconchego

CLAUDIA
Reprodução

Elas trazem suavidade, movimento e foram as musas de Oscar Niemeyer por toda a sua carreira. “Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro no curso sinuoso dos nossos rios, nas nuvens do céu… De curvas é feito todo o universo”, declarou ele.


Na arquitetura, a sinuosidade sempre cumpriu esse papel atemporal de contrapor a rigidez de estruturas. Entretanto, de uns tempos para cá, tem se feito mais presente ao passo que a sociedade reivindica a necessidade de ver o lar como um refúgio acolhedor. As linhas retas, inspiradas no modernismo do século XX, dão lugar a arcos, bordas, móveis curvilíneos e tudo aquilo que ajude a propiciar um lar suave.


Conforme define a arquiteta Carina Korman (@kormanarquitetos), “as formas orgânicas deixam a decoração mais dinâmica e vibrante e, atualmente, tudo o que queremos é uma casa viva, com as curvas na função de quebrar a monotonia”.




A sinuosidade do sofá em linho trouxe movimento para essa sala projetada pelos arquitetos Gustavo Figueiredo e Lívia Fischer | Foto: Fran Parente/Divulgação

Ao tomar a decisão de manter as estruturas originais e suas formas retas, os arquitetos Gustavo Figueiredo e Lívia Fischer (@​​figueiredo_fischer) optaram por acrescentar as curvas por meio do mobiliário. Acima, o sofá em linho branco, da Dpot, e a mesa de canto, do Estúdio Orth, traduzem a atmosfera desejada pelos moradores: equilibrar o uso da madeira com texturas e materiais claros, mantendo o espaço iluminado.




A dupla de poltronas Tetê, da Dpot por Sérgio Rodrigues, deriva de um projeto de 1996, quando foram feitos apenas dois protótipos, sendo que um deles serviu de base para este modelo atual | Fotos: Julia Ribeiro/Divulgação

O mesmo foi feito no projeto da dupla anterior, de Márcia Jabur (@sambaporter.arquitetura), onde as linhas arredondadas dão movimento ao living deste apartamento antigo e amplo. À exemplo do vaso, luminária e das poltronas vazadas.


Já a paixão pelas plantas garantiu movimento ao apartamento da arquiteta Marina Mello (@tercaarquitetura), que trouxe para a sala (na dupla anterior) vasos de tons terrosos em material reciclado, da Vasap, e as delicadas luminárias Kiyoshi, da designer Mel Kawahara.




Detalhes do apartamento projetado por Marina Mello, que traz muitas plantas e uma mesa de centro que esconde uma tábua de petiscos | Fotos: Manuel Sá/Divulgação

Mas as curvas não se limitam ao espaço verde, a mesa de centro e de jantar foram especialmente desenhadas por Gustavo (@mobu_atelier), marido da arquiteta e também morador deste apartamento dos anos 1960. Ao lado, detalhes da mesa de centro​​ Ita, que mescla mármore Roma Imperiale e madeira Wengé, o centro da peça esconde uma tábua removível para aperitivos.


“Expusemos os pilares do prédio e depois fizemos uma concretagem deles: transformamos pilares quadrados em circulares, bem imponentes”, detalha Marina. Inclusive, é esse pilar também que serve de suporte para a mesa de jantar, abaixo, que fica escorada por uma viga metálica engastada, totalmente suspensa.




O apartamento projetado pela arquiteta Marina Mello apresenta as curvas nos móveis e estruturas | Foto: Manuel Sá/Divulgação

Quando apresentadas nas estruturas, as curvas são ainda mais cativantes. De beleza imponente, a escada em espiral na página anterior foi mantida da construção original desta casa de 623m², no Leblon. Para isso, as arquitetas Adriana Valle e Patricia Carvalho (@migsarquitetura) recuperaram o piso revestido com lâminas de peroba do campo.


“Adoramos a escada, mas o corrimão apresentava uma pintura antiga. Então, o desgastamos até chegar nessa linda madeira”, relatam as profissionais, que ainda acrescentaram a luminária assinada por Guilherme Wentz em diferentes alturas, valorizando o pé-direito alto.




A escada em espiral traz modernidade à essa casa projetada por Adriana Valle e Patricia Carvalho | Foto: MCA Estúdio/Divulgação

De acordo com o designer, a peça pendente levanta conceitos abstratos, como a sensação da gravidade presente na composição do objeto. Assim como a iluminação, a preferência por itens nacionais também está nas escolhas dos móveis, com peças de Maria Cândida Machado, Claudia Moreira Salles, entre outros nomes. Da sofisticação à referência ao trabalho de Niemeyer, uma coisa é certa: as curvas sempre têm um toque de leveza para agregar ao lar.



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