08/02/2023 às 13h46min - Atualizada em 08/02/2023 às 13h46min

Klabin (KLBN11) tem resultado do 4º tri sequencialmente mais fraco, mas dentro do esperado; ação registra leve queda

InfoMoney
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A Klabin (KLBN11) divulgou na manhã desta quarta-feira (8) seu balanço de resultados do quarto trimestre de 2022. De forma geral, os números trazidos pela companhia de celulose foram considerados neutros pelos analistas, “sem grandes surpresas”.

As units KLBN11 de empresa caíam 0,73% por volta das 12h45 (horário de Brasília), a R$ 19,16.

“A Klabin apresentou resultados sequencialmente mais fracos no quarto trimestre de 2022, com Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês] consolidado ajustado de R$ 1,9 bilhão, queda de 18% no trimestre, mas alta de 1% na comparação anual, contra nossa estimativa de R$ 1,87 bilhão”, diz o Itaú BBA.

O consenso da Refinitiv, que traça uma média com as projeções de várias casas, era de R$ 1,9 bilhão.

A equipe do banco brasileiro aponta que no braço de celulose, com Ebitda de R$ 1,08 bilhão, os menores volumes, de 374 mil toneladas embarcadas (recuo de 9% na base trimestral), foram parcialmente compensados pelo maior preço do produto, de US$ 925 a tonelada (estável no trimestre mas com alta no ano). Além disso, chama atenção também para o menor custo caixa, de R$ 1.338, contra R$ 1.416 nos três meses imediatamente anteriores.

No segmento de papel, com Ebitda de R$ 818 milhões, houve recuo tanto dos preços realizados, de 2% no trimestre, quanto do total vendido, que foi 179 mil toneladas, também 2% menor na base trimestral. Em embalagem, os volumes de papelão ondulado caíram 12% ante o intervalo de julho a setembro e 8% no ano, puxando o resultado para baixo, que foi parcialmente compensado pela alta do preço dos sacos, de 6% na mesma base.

“Na nossa opinião, os ganhos ficaram praticamente em linha com o consenso e esperamos uma reação neutra”, afirmou o JP Morgan, em relatório publicado antes da abertura do mercado. “Já era esperado que o quarto trimestre seria sequencialmente pior, então sem surpresas. O período foi marcado por volumes menores na base trimestral em celulose e papel e preços estáveis”.


O banco americano, contudo, chama a atenção para a melhora da Klabin na frente de custos e despesas operacionais – ao que atribui o fato de Ebitda da companhia ter ficado 4,6% acima do seu consenso.

“O custo caixa da celulose, de R$ 1.338, diminuiu 6% trimestralmente e ficou 8% abaixo de nossas expectativas, impulsionado pelo melhor mix de fornecedores de madeira, compensando os custos mais altos de matéria-prima”, explicam.

O Santander também disse esperar uma reação neutra, afirmando que os resultados foram sólidos, chamando atenção para o fluxo de caixa, de R$ 1,3 bilhão, positivo, com destaque para a liberação de capital de giro. O múltiplo de alavancagem da Klabin, medida pela relação entre endividamento líquido e Ebitda, se manteve estável 2,6.

“Do lado negativo, destacamos que o volume de vendas de caixas de papelão ondulado caiu 10% no trimestre (apresentando outra queda na participação de mercado) e os volumes de vendas e preços mais fracos de papelão”, acrescentam os analistas.


O Goldman Sachs vai na mesma linha quanto ao quarto trimestre, mas defende que a atenção dos investidores tem de estar no futuro.

“O quarto trimestre da Klabin já ultrapassou o pico de lucro deste ciclo, já que o aumento da produção de uma nova máquina de papel, planejado para 2023, deve ser compensado pela queda nos preços e pela contínua inflação de custos”, defende a instituição americana. “Os investidores agora devem se concentrar em onde os preços da celulose e do kraftliner se estabilizarão e em quanto o aumento da produção e dos preços do papelão compensará a fraqueza em outros negócios”.

Itaú BBA e Santander têm recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações unitárias da Klabin, com preço-alvo em R$ 24 (potencial de alta de 23,4% frente ao preço de abertura de hoje) e R$ 31 (potencial de 59,4%), respectivamente. Goldman Sachs e JP Morgan estão neutros, com seus alvos em R$ 22 (13,1%) e R$ 24 (23%).


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