01/02/2023 às 10h15min - Atualizada em 01/02/2023 às 10h15min

Vacinas bivalentes contra a Covid-19 impactam enfrentamento à doença nos EUA e na Europa

Resultados da efetividade da imunização com as doses bivalentes são recentes e estão sendo divulgados conforme se tornam disponíveis

AB Notícias News
CNN Brasil
Pfizer/Divulgação

Farmacêuticas como a Pfizer e a Moderna desenvolveram vacinas contra a Covid-19 atualizadas, chamadas de segunda geração, que são bivalentes – ou seja, protegem contra a cepa original do coronavírus e também contra a Ômicron, incluindo subvariantes como a BA.1, BA.4 e BA.5.

Os imunizantes bivalentes da Pfizer foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em novembro de 2022. O Ministério da Saúde anunciou que as vacinas começarão a ser aplicadas no país a partir do dia 27 de fevereiro, em públicos prioritários, como estratégia de reforço (veja a lista aqui).

 

A vacina da Pfizer bivalente BA.1 está aprovada em pelo menos 35 países. Já a versão bivalente BA.4/BA.5 está aprovada em 33 países, como Canadá, Japão, Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e Singapura, entre outros, além da União Europeia.

A vacina bivalente da Moderna também foi autorizada para uso nos Estados Unidos em 2022.

Os resultados da efetividade da imunização com as doses bivalentes são recentes e estão sendo divulgados conforme se tornam disponíveis.
 

Necessidade de atualização

As vacinas monovalentes contra a Covid-19, amplamente utilizadas desde o final de 2020, foram desenvolvidas a partir da cepa original do coronavírus, identificada em Wuhan, na China.

Ao longo dos três anos da pandemia, o vírus SARS-CoV-2, responsável pela doença, continuou a evoluir. O aumento na circulação viral favorece o acúmulo de mutações e o surgimento de novas linhagens do coronavírus.

Com a evolução do vírus e o surgimento de variantes de preocupação, como a Ômicron, cientistas estudam em tempo real o impacto das cepas e das mutações para a eficácia das vacinas.

Durante o desenvolvimento das vacinas, são conduzidas análises que permitem demonstrar a eficácia dos imunizantes a partir de ensaios controlados.

Após a aprovação dos órgãos regulatórios e início da aplicação na população de forma ampla, a continuidade dos estudos aponta a taxa de efetividade, que consiste no impacto protetor dos imunizantes diante do que os cientistas chamam de “vida real” pois refletem os resultados da vacinação na prática em grandes populações.

Primeiros estudos nos Estados Unidos

Food and Drug Administration (FDA), agência semelhante à Anvisa nos Estados Unidos, aprovou o uso emergencial das vacinas bivalentes da Pfizer e da Moderna em 31 de agosto de 2022. De acordo com a FDA, a recomendação é de uso como dose única de reforço pelo menos dois meses após vacinação primária ou de reforço.

Nas últimas semanas, os Estados Unidos enfrentaram um aumento no número de casos de Covid-19 impulsionado pela circulação de uma subvariante da Ômicron, chamada XBB.1.5, altamente transmissível.

Os primeiros resultados de efetividade da vacinação de reforço com doses bivalentes nos Estados Unidos estão sendo divulgados agora.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, anunciaram em um estudo que as doses de reforço atualizadas reduzem o risco de adoecimento pela Covid-19 em cerca de metade, mesmo diante de infecções causadas pela subvariante XBB.1.5.

Para estimar a efetividade das vacinas bivalentes contra a infecção sintomática, os cientistas do CDC analisaram dados do programa de acesso à testagem (ICATT, em inglês), entre 1º de dezembro de 2022 e 13 de janeiro.

De 29.175 testes de adultos de 18 a 49 anos analisados, 13.648 foram positivos para o vírus SARS-CoV-2, incluindo 10 mil relacionados à BA.5, e pouco mais de 3 mil relacionados às subvariantes XBB ou XBB.1.5.

A análise apontou que o reforço com vacinas de segunda geração reduziu as chances de infecção sintomática causada pela subvariante BA.5 em 52%. No caso da doença causada pelas subvariantes Ômicron XBB ou XBB.1.5, o índice reduziu levemente para 49%.

Em relação à população de 50 a 64 anos, os reforços atualizados reduziram as chances de adoecer pela Covid-19 em 43% para BA.5 e em 40% para subvariantes XBB. Para aqueles com 65 anos ou mais, os reforços reduziram as chances de uma infecção com sintomas em 37% e 43% para as subvariantes BA.5 e XBB, respectivamente.

Apesar dos resultados preliminares encontrados, estimar o impacto da vacinação com doses bivalentes nos Estados Unidos permanece um desafio.

De acordo com dados do CDC, apenas 15,5% da população norte-americana recebeu os reforços atualizados até o momento. Em números, foram aplicadas pouco mais de 33 milhões das doses bivalentes da Pfizer e 18,7 milhões dos imunizantes de segunda geração da Moderna.

Desde a aprovação das vacinas bivalentes pela FDA, os números de casos, mortes e hospitalizações por Covid-19 nos EUA apresentaram variações, com períodos de alta e queda.

Os últimos dados de óbitos pela doença do CDC, do dia 25 de janeiro, apontam um total de 3.756 mortes semanais – a segunda semana consecutiva de queda.

Desde o início de janeiro, o total de casos registrados semanalmente apresenta uma queda. Na última semana contabilizada, com dados de 25 de janeiro, foram registrados 295.140 casos da doença.

A contabilização diária de internações hospitalares apresenta tendência de queda desde o início de janeiro. O levantamento do período de 18 a 24 de janeiro mostra uma média de 4.216 hospitalizações pela doença no país. Na semana anterior, a média atingiu 4.897 internações devido à infecção pelo coronavírus.

Cenário epidemiológico da Europa

A Agência de Medicamentos Europeia (EMA, em inglês) aprovou o uso das primeiras vacinas atualizadas para a variante Ômicron em setembro de 2022. São aplicados quatro imunizantes de segunda geração, sendo dois da Pfizer (BA.1 e BA.4/BA.5) e dois da Moderna (BA.1 e BA.4/BA.5).

Os dados mais recentes sobre a Covid-19 no continente europeu, referentes à terceira semana de janeiro, apontam uma melhoria geral contínua na situação epidemiológica.

De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, em inglês), as taxas combinadas de notificação de casos, internações hospitalares e óbitos continuaram a diminuir após aumentos observados em dezembro, tanto na população em geral quanto nas instituições de longa permanência.

Dos 28 países que relataram dados de notificação de casos até a semana 3, encerrada em 22 de janeiro, nenhum relatou tendências crescentes, segundo o ECDC.

Apenas um dos 21 países com dados sobre internações e ocupação em unidades de terapia intensiva (UTIs) relataram aumentos em pelo menos um dos indicadores, enquanto dois dos 26 países que relataram dados sobre mortes por Covid-19 relataram aumentos.

Esses aumentos foram recentes (de 1 a 2 semanas de duração) e os indicadores permaneceram relativamente baixos nos países afetados.

O ECDC alerta que o quadro de melhora deve ser acompanhado com atenção. Na última semana avaliada, foram registradas 1.311 mortes por Covid-19 relatadas por 26 países da União Europeia.

Nas últimas quatro semanas, 27% e 63% das mortes para as quais a idade foi informada ocorreram em pessoas com idade entre 65 e 79 anos e 80 anos ou mais, respectivamente.

As taxas de aplicação da primeira dose de reforço variam de 11 a 87% entre adultos a partir de 18 anos, com média de 65,4%. Entre idosos com 60 anos ou mais, o índice está entre 13 e 100%, com média de 84,9%.

Considerando a população total, o primeiro reforço foi aplicado em 54,7% dos indivíduos, com variação de 9 a 75% entre os países.


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