Queijos feitos a partir do leite de vaca podem ser os mais comuns, mas não são os únicos que existem. Há ainda o de búfala e o de cabra e ovelha, que ganham cada vez mais destaque.
Além das mudanças geradas pelo modo de fazer - se é maturado, casca lavada, fresco - os queijos também variam em odores e sabores devido ao leite. O queijo de búfala, por exemplo, é mais suave e o leite é ideal para produtos frescos.
Essas diferenças ocorrem por causa das propriedades dos leites de cada um dos animais, que proporcionam também alterações nutricionais. É o caso do de búfala, que tem mais cálcio e vitamina A.
Porém, há também semelhanças. Todos os três têm a mesma adequação de nutrientes, vitaminas e proteínas, aponta a nutricionista Karin Honorato.
Para algumas pessoas, o consumo do queijo e de laticínios de modo geral vem acompanhado do medo de ter o famoso piriri, uma dor de barriga. Além de intolerância à lactose, existe outro componente do leite que pode ter esse efeito na digestão: a proteína caseína, explica a nutricionista.
A caseína possui três tipos de classificação: A1A1, A1A2 e A2A2. Normalmente, para quem sofre após o consumo do leite devido à caseína, a razão é a proteína do tipo A1A1 ou A1A2, que é mais comum em leite de bovinos e caprinos.
Apesar do leite de cabra não ser A2A2, ele tem outra característica que facilita a digestibilidade: suas moléculas de gorduras são as menores dos três queijos. Ele é seguido pelo de vaca e, por fim, as maiores moléculas são do queijo de búfala.
Na prática, um queijo de leite de cabra, por exemplo, pode ser digerido entre 30 e 40 minutos, enquanto um do leite de vaca leva até 3 horas, explica Luiz Sprinz, do Rancho Alegre capril e queijaria.
Sprinz diz ainda que o tamanho das moléculas de gordura interfere também no odor, na textura e no aroma de cada produto gerado do leite de caprinos.