19/01/2023 às 13h47min - Atualizada em 19/01/2023 às 13h47min

10m² em SP por R$ 200 mil, casa mais estreita de Londres, 3m² na Coreia do Sul: como é morar em pouco espaço nas grandes cidades

Alta de preços em metrópoles faz moradores, principalmente os mais jovens, buscarem espaços pequenos em áreas centrais, no lugar de imóveis grandes que demandam mais tempo de locomoção até o centro.

AB Notícia News
G1
Montagem/Reprodução/Redes sociais

O alto gasto com moradia em grandes cidades fez surgir um boom de apartamentos muito pequenos em várias partes do mundo, atraindo, principalmente, quem abre mão de espaço para poder viver em regiões centrais. Tem empreendimento de 10m² por R$ 200 mil no Centro de São Paulo, imóvel de 3m² com aluguel equivalente a quase R$ 2 mil na Coreia do Sul e a casa mais estreita de Londres vendida por US$ 1,3 milhão.

Um levantamento de 2022 do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) apontou um crescimento na oferta de apartamentos de até 30m² na capital paulista, maior metrópole brasileira. Em 2016, nos cinco primeiros meses do ano, foram lançados 30 imóveis desta categoria na cidade. No mesmo período de 2022, o número saltou para 5.066.

Veja abaixo como é viver em alguns desses espaços pelo mundo.


Vídeo mostra imóvel anunciado como "menor apartamento da América Latina"

Na Santa Cecília, bairro central da cidade de São Paulo, um imóvel de 10m² foi anunciado em 2022 como o "menor apartamento da América Latina". No espaço, apenas um box divide o banheiro do resto do espaço - a cozinha junto de um dormitório. No vídeo publicado por um corretor na internet, a informação era de que o valor da venda era de R$ 200 mil.

O vídeo gerou indignação nas redes sociais. "Por que a música é feliz, se o vídeo é triste?", postou um internauta. Mas houve quem defendesse: "Lado bom, a faxina mais rápida do mundo acontecerá", escreveu outro. Dentre as vantagens, também foi listada a proximidade com o metrô e outros serviços.

A incorporadora Vitacon informou à época que lançou o prédio que também possui apartamentos de até 77m², em 2017, com o valor da unidade de 10m² a R$ 99 mil. Segundo a construtora, todas as unidades foram vendidas no fim de semana de lançamento. O edifício tem áreas compartilhadas entre os moradores, como uma cozinha comunitária com o nome de "cokitchen", coworking, lavanderia, academia e cinebar.


Na Coreia do Sul, os microapartamentos conhecidos como goshiwon têm apenas 5m², e às vezes, 3m². São moradias que saem mais em conta do que os apartamentos convencionais e foram pensadas para estudantes e idosos que moram sozinhos.

Geralmente, há espaço apenas para a cama, um vaso sanitário, pequeno armário de roupa e mesa. Há opções com e sem janela, com banheiro privado ou compartilhado. As cozinhas e lavanderias geralmente são coletivas e há andares só de homens e só de mulheres. É comum os proprietários deixarem de "mimo" nas cozinhas coletivas macarrão instantâneo e arroz.

Mesmo em apartamentos com janela, muitas vezes a vista é para o corredor do prédio. A regulagem da temperatura, pelo aquecedor ou pelo ar-condicionado, geralmente não é feita pelo inquilino, mas pelo dono do imóvel, o que dificulta para quem mora controlar a circulação de ar. Os aluguéis ficam na faixa de R$ 1.900, segundo relatos à BBC de brasileiras que moram no país.


9m² em Tóquio

Na capital japonesa, os apartamentos minúsculos também são uma opção para jovens profissionais que preferem boa localização em vez de gastar tempo no transporte público morando nos subúrbios de Tóquio. O morador de um desses imóveis, de 9m², contou em entrevista à BBC que a área é tão pequena que ele costuma fazer as refeições em pé.

Segundo a empresa Spilytus, responsável por apartamentos desse tipo em Tóquio, pessoas na faixa dos 20 e 30 anos representam 80% dos inquilinos.


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