A manhã do último sábado, dia 9 de novembro, não poderia estar mais propícia para o piquenique que aconteceu no Parque Ceret, localizado no bairro do Tatuapé, zona leste da capital paulista.
A temperatura agradável e o contato direto com a natureza tornaram o clima perfeito para o Piquenique de 2019: uma confraternização entre pais e filhos, que é promovida pela Escola de Mães, em parceria com o Godllywood Girls, uma vez por ano.
De acordo com Edineia Dutra, responsável pelo trabalho da Escola de Mães em todo o Brasil, o principal objetivo do evento “é tirar as famílias da frenética rotina que condiciona as pessoas a viverem no ‘piloto automático’, sem se darem conta de que os anos estão passando e os filhos estão crescendo sem vínculos afetivos estabelecidos, em razão do pouco contato, quase nenhum diálogo e do distanciamento emocional”.
Ela explica que devido à correria do dia a dia é cada vez mais raro as famílias terem momentos de lazer juntos, especialmente, em meio à natureza. Daí surgiu a ideia do Piquenique. “Distante de celulares e videogames, pais e filhos têm a oportunidade de se aproximarem, desenvolver diálogo e estreitar os laços familiares”, esclarece.
Para a responsável do Godllywood Girls, Aline Munhoz, essa parceria é fundamental, pois para que o trabalho dê frutos, a filha precisa receber em casa os mesmos conselhos que recebe no grupo. Do contrário haverá um choque.
“Por outro lado, tem a dificuldade de as mães lidarem com os filhos. Então, nós abordamos esses assuntos com as meninas para que, também, entendam o lado da mãe. Sempre conversamos para alinharmos o trabalho e termos ideias. É um trabalho fundamental, de parceria”, explicou Aline.
No cenário perfeito, na delicadeza e beleza da decoração, e até na embalagem dos alimentos dispostos nas mesas, podia-se notar todo o amor, carinho e cuidado com os quais tudo foi preparado e para que aquele dia se tornasse inesquecível.
Durante o evento, várias atividades de recreação foram realizadas com os pais e filhos, como dinâmicas, gincanas, jogos e brincadeiras, sempre conduzidas por uma animadora.
No entanto, um dos momentos mais importantes e significativos foi quando pais e filhos sentaram para responder às perguntas da cartilha.
Com o objetivo de mediar o diálogo entre pais e filhos, já que alguns não possuem habilidade para dialogar, todas as famílias receberam um folder que continha perguntas que deveriam fazer e responder um ao outro.
Para Edineia Dutra, “esse momento pode significar a única oportunidade para muitos filhos se abrirem e revelar aos pais suas dores, dificuldades, tristezas e angústias. Em contrapartida, é a chance que os pais têm para ver e compreender o mundo interior de seus filhos”.
O resultado foi tão satisfatório que, no mesmo dia, alguns pais já deram um retorno do quanto a conversa foi significativa para a família. Alguns disseram até que ouviram revelações surpreendentes dos filhos.
Aproximadamente, 270 pessoas participaram do piquenique.
“Eu me sentia perdida em várias situações. Foi no projeto que eu aprendi como agir com cada uma delas, pois uma é totalmente diferente da outra. No começo, eu ainda errei em algumas situações, mas ao longo do projeto, fui aprendendo”, desabafa.
Já o casal Ariana Azevedo dos Santos e José Guiomar dos Santos, pais de Ingridy de Azevedo dos Santos, uma adolescente de 11 anos, tomaram uma decisão sábia: não esperaram surgir as dificuldades. Eles ingressaram no projeto quando a filha ainda era bem pequena.
“Eu já quis me precaver. Procurei o grupo para aprender. Dou graças a Deus por esse projeto, porque vem me ensinando a cada dia”, diz Ariana.
A enfermeira Adriana Rodrigues Pennella, de 47 anos, no entanto, conta que após se divorciar, enfrentou uma fase muito difícil com os filhos, que, na época, estavam com 18 e 15 anos. “A partir daí, meus filhos foram se envolvendo com amigos, baladas e se distanciando de mim”.
Ela conta que, por meio das palestras, começou uma busca constante em ser uma mãe melhor, uma pessoa melhor. “Eu pensei: ‘bom, eu vou focar em mim, vou me tornar a mãe que eles precisam nesse momento’”, recorda-se.
“Por isso, eu me dedico à Escola de Mães, porque eu fui acolhida e agora eu acolho outras mães, pois tenho autoridade e experiência para ajudá-las. Hoje, eu me sinto uma mãe realizada”, declara Adriana, atualmente voluntária do grupo.
Todas os pais podem participar dos eventos e das aulas promovidas pela Escola de Mães – onde a figura paterna, também, é muito bem-vinda.
As reuniões mensais acontecem todo primeiro domingo do mês, às 16h, no 10º andar do Templo de Salomão, em São Paulo, ou em qualquer localidade onde o Projeto atua.
Confira os demais endereços clicando aqui.
Para os que não têm acesso às aulas presenciais, podem aprender nas aulas online na plataforma de vídeos Univer. Acesse para mais informações.