17/01/2023 às 09h43min - Atualizada em 18/01/2023 às 00h00min

Em Davos, Marina cobra repasses de US$ 100 bilhões de países ricos para proteção ambiental

Durante o Fórum Econômico Mundial, na Suíça, ministra do Meio Ambiente disse ainda que negocia doações para o Fundo Amazônia com as fundações do ator Leonardo DiCaprio e do bilionário Jeff Bezos.

G1
https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/01/17/em-davos-marina-silva-cobra-repasses-de-100-bilhoes-de-paises-ricos-para-protecao-ambiental.ghtml

Durante o Fórum Econômico Mundial, na Suíça, ministra do Meio Ambiente disse ainda que negocia doações para o Fundo Amazônia com as fundações do ator Leonardo DiCaprio e do bilionário Jeff Bezos. Ministra Marina Silva durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, é observada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad
REUTERS/Arnd Wiegmann
Em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, cobrou nesta terça-feira (17) o compromisso das nações desenvolvidas de repassarem aos países em desenvolvimento US$ 100 bilhões para a proteção ambiental.

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Marina fez o apelo durante um painel ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Eles são os representantes do Brasil no encontro anual de lideranças mundiais para discutir questões econômicas globais.
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Sobre o Fundo Amazônia, abastecido por países como Noruega e Alemanha, a ministra disse à imprensa, após o evento, que negocia também doações com as fundações do ator Leonardo DiCaprio e do bilionário e fundador da varejista Amazon, Jeff Bezos. (Leia mais abaixo.)
Fogo consome terras desmatadas por pecuaristas perto de Novo Progresso, no Pará, em 2020.
Andre Penner/AP
Repasses de US$ 100 bilhões
Como parte do Acordo de Paris, fechado em 2015, os países ricos se comprometeram a garantir o financiamento de US$ 100 bilhões por ano, a partir de 2020, para ajudar os mais pobres no enfrentamento das mudanças climáticas.
No entanto, a meta não vem sendo cumprida. Por essa razão, havia uma expectativa de que as negociações da Conferência do Clima da ONU do ano passado, a COP 27, selassem alguma medida imediata. Nenhum avanço, porém, foi visto nesta questão e a promessa segue sem definição.
Nós temos uma boa regulação global, mas faltam os investimentos. Os 100 bilhões [de dólares] que eram o compromisso dos países desenvolvidos ainda não foram aportados. Nós temos que ter um aporte de recursos para ações de mitigação, como também de adaptação.
Mitigação se refere aos esforços para reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e, assim, limitar o aquecimento bem abaixo de 2°C.
Já adaptação reúne ferramentas e soluções para reduzir os impactos frente à crise climática.
"Nós temos que ter aporte de recursos para ações de mitigação, como também de adaptação", acrescentou a ministra, que cobrou também ações mais efetivas de países ricos, como a redução de emissões de combustíveis fósseis.
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NASA
Fundo Amazônia
Na entrevista após o painel, Marina revelou estar em contato com instituições e entidades filantrópicas para captar mais recursos para o Fundo Amazônia.
Além das fundações comandadas por Leonardo DiCaprio e Jeff Bezos, as negociações envolvem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Criado há 14 anos para financiar ações de redução de emissões provenientes da degradação florestal e do desmatamento, o fundo é considerado uma inciativa pioneira na área e foi retomado pelo governo Lula após ficar congelado durante a gestão Bolsonaro.
Fundo ajuda a combater desmate, dizem entidades
A fundação do Leonardo DiCaprio está fazendo ações para captar 100 milhões de dólares para o Fundo Amazônia (...). Agora, é claro que a filantropia tem mais agilidade que os acordos com governos.
Atualmente, os recursos do fundo vêm principalmente de doações da Noruega e da Alemanha e repasses da Petrobras.
Protagonismo brasileiro
Ainda no painel, a ministra destacou a importância histórica do Brasil no cenário ambiental, mas ponderou esse protagonismo foi perdido nos últimos 4 anos, o que, na sua visão, "colocou o Brasil em um ponto muito difícil do ponto de vista da agenda ambiental, de direitos humanos e de enfrentamento às desigualdades sociais".
"O Brasil tinha um ciclo de redução do desmatamento, hoje estamos com recordes, com a agenda ambiental totalmente desmontada", afirmou.
Como mostrou o g1, o acumulado de alertas de desmatamento na Amazônia Legal foi de 10.267 km², somente de janeiro até o último dia 30 de dezembro de 2022, segundo dados divulgados no começo do ano pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).
É a pior marca da série histórica anual do Deter, o sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real do instituto.
Gado pasta em uma área desmatada da Reserva Extrativista Chico Mendes, em dezembro de 2022, em Xapuri, no Acre.
AP Foto/Eraldo Peres
Em sua fala, a ministra afirmou ainda que preservar a floresta amazônica não é uma responsabilidade apenas brasileira e defendeu uma meta global para reduzir a perda de florestas.
"O Brasil tem compromissos ambiciosos em relação a ser um país que quer ser economicamente próspero, socialmente justo, politicamente democrático, culturalmente diverso e ambientalmente sustentável", acrescentou.
Na segunda-feira (17), a ministra já havia participado de outro painel de debates em que falou sobre o papel do Brasil nas discussões climáticas. Assista a um trecho abaixo:
"É preciso que a gente lidere pelo exemplo", diz Marina no painel em Davos na segunda-feira (16)
Nesta terça, Marina comentou também os ataques terroristas de bolsonaristas radicais em Brasília no dia 8 de janeiro e disse que a capacidade de resposta do governo federal e de outras instituições em poucas horas demonstra que as instituições brasileiras estão fortalecidas.
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Credito G1



Fonte: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/01/17/em-davos-marina-silva-cobra-repasses-de-100-bilhoes-de-paises-ricos-para-protecao-ambiental.ghtml


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