31/12/2022 às 10h27min - Atualizada em 31/12/2022 às 10h27min

Bolsonaro desembarca nos EUA, onde ficará por pelo menos um mês

Bolsonaro deixa o cargo neste sábado (31/12). Com a viagem ao exterior, presidente não passará faixa presidencial para Lula

AB Notícias News
Metrópoles
Alan Santos/PR
O presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcou, na noite dessa sexta-feira (30/12), em Orlando, nos Estados Unidos, onde passará por um “período sabático”, ficando longe dos holofotes por pelo menos um mês. Ele deixa o comando do Palácio do Planalto neste sábado (31/12).
O futuro ex-presidente 
deixou o Brasil na tarde de sexta. Ele saiu do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, em carros descaracterizados, sem chamar a atenção da imprensa e de apoiadores que estavam no local.

O embarque ocorreu horas após o presidente realizar sua última live do mandato. Na transmissão dessa sexta, que durou 52 minutos, Bolsonaro disse que não deixará de fazer oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assume seu terceiro mandato à frente da Presidência da República, em 1º de janeiro.

Segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, o atual presidente deve ficar em uma casa em um condomínio de brasileiros, em Orlando. O imóvel teria sido emprestado por um fazendeiro, cujo nome não foi revelado.
 

A viagem ao exterior também fez com que Jair Bolsonaro escalasse o seu vice, Hamilton Mourão (Republicanos), para um pronunciamento em rede nacional na noite deste sábado. Trata-se da tradicional mensagem de fim de ano do governo. A declaração ocorrerá às 20h e terá duração de sete minutos.

Assim como ocorrerá neste sábado, em 24 de dezembro, o atual presidente também quebrou uma tradição do próprio governo e de mandatários anteriores ao decidir não fazer qualquer pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na véspera do Natal. Foi a primeira vez, nos quatro anos de mandato, em que o chefe do Executivo não discursou à nação nessa data.
 

Última live do mandato

Após dois meses sem realizar as tradicionais lives semanais e com a agenda reclusa, Bolsonaro fez uma transmissão nas redes para fazer um balanço de sua gestão. Desde que foi derrotado nas eleições deste ano, ele adotou uma agenda fechada, com poucos compromissos oficiais e raras aparições públicas.

O atual presidente disse que o governo de Lula já começa “capenga” e que não irá “jogar a toalha” ou “deixar de criticar” a nova gestão. Ele ainda afirmou que o “mundo não vai acabar no dia 1º de janeiro”, dia em que tem início o governo Lula.

“O quadro que está na frente agora, a partir de 1º de janeiro, não é bom. Não é por isso que nós vamos jogar a toalha, deixar de fazer oposição, deixar de criticar, deixar de conversar com os seus vizinhos, agora com muito mais propriedade, com muito mais conhecimento”, disse Bolsonaro durante sua última live do mandato.

Bolsonaro também se emocionou durante a transmissão e disse que deu “o seu melhor” no comando do Palácio do Planalto. “Se cheguei [à Presidência], teve um propósito. Se você está chateado, está constrangido, se coloque no meu lugar. Quantas vezes eu pergunto onde errei, o que podia ter feito de melhor. Eu tenho convicção: dei o melhor de mim. Muito sacrifício de quem estava do meu lado, em especial a minha esposa [Michelle Bolsonaro], minha filha e enteada [Laura e Letícia]. E vocês também sofreram. Sofrem agora”, afirmou.

 

Fora do poder

Nesta semana, Jair Bolsonaro definiu a equipe que vai acompanhá-lo assim que ele deixar o comando do Palácio do Planalto, a partir de 1º de janeiro de 2023.

Na condição de ex-presidente da República, Bolsonaro tem direito de nomear até oito assessores, que serão remunerados com salários que podem chegar a R$ 13,6 mil e terão despesas com passagens aéreas e diárias de viagens pagas pelo governo.
 

Pela primeira vez em 34 anos, o atual presidente não terá um cargo político. Para além dos benefícios da posição que ocupou e da aposentadoria a que tem direito pela Câmara dos Deputados, ele deve assumir o posto de líder da direita para as próximas eleições. O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, acertou que a sigla bancará as despesas de Bolsonaro a partir de 2023, que será convidado para ser presidente de honra do partido.
 

Veja abaixo quem deve acompanhar Bolsonaro a partir de 2023:

Com relação de longa data com Bolsonaro, o assessor Max Guilherme Machado de Moura seguirá com o político após o fim do mandato do presidente. Neste ano, ele chegou a deixar o governo para disputar as eleições, mas acabou derrotado nas urnas.

Outro nome definido para acompanhar o presidente a partir do ano que vem é o do advogado João Henrique de Freitas, assessor-chefe da Presidência, que conta com a confiança de Bolsonaro. O coronel Marcelo Camara, tido como o comandante do “serviço paralelo” de investigação que o atual mandatário matinha no Planalto também foi nomeado para seguir com Bolsonaro a partir do próximo ano.

O capitão reformado do Exército Sérgio Rocha Cordeiro, que trabalhou no gabinete presidencial de Bolsonaro, também deve acompanhá-lo ao fim do mandato. Foi na casa do militar que o atual presidente passou a fazer suas tradicionais lives depois que foi proibido pela Justiça Eleitoral de usar a estrutura do Palácio da Alvorada para promover candidaturas de aliados.

As portarias ainda trazem os nomes de Ricardo Dias dos Santos, suboficial da Marinha; Estácio Leite da Silva Filho, segundo sargento do Exército; e Osmar Crivelatti e Jossando da Silva, ambos segundos-tenentes do Exército.


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