Nesta sexta, em sua última live do mandato, Bolsonaro disse que a escolha de permanecer em silêncio teve o objetivo de “não tumultuar”. Entretanto, negou que tenha incentivado os atos que, segundo ele, “não havia ninguém coordenando”.
“Uma massa de pessoas às ruas, protestando desde o dia seguinte ao resultado das eleições. E essa massa foi para os quartéis. Eu não participei desse movimento. Eu me recolhi. Eu acreditava e acredito ainda que fiz a coisa certa de não falar sobre o assunto para não tumultuar mais ainda”, disse.
“A imprensa sempre ávida pra pegar uma palavra errada minha ou frase fora de contexto para criticar. O que aconteceu pelo Brasil foi uma manifestação do povo, que não tinha liderança. Não tinha ninguém coodernando e dizendo que é líder do movimento. Protesto pacífico e ordeiro, e seguindo a lei”, acrescentou Bolsonaro.
Nessa quinta-feira (29/12), o Exército informou que decidiu adiar a operação que desmobilizaria o acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General da Força, no Setor Militar Urbano, em Brasília. A desmobilização foi acordada com o governo do Distrito Federal.
Em nota, os militares disseram que a razão do adiamento foi para preservar a segurança dos envolvidos.
“[O Exército] prosseguiu com os trabalhos para a retirada de estruturas em desuso no acampamento de manifestantes no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília (DF). A atividade foi conduzida em coordenação com os órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF), mas foi suspensa no intuito de manter a ordem e a segurança de todos os envolvidos”, disse o Exército.
Durante a transmissão, Bolsonaro também não comentou a passagem da faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assume seu terceiro mandato à frente da Presidência da República no próximo domingo (1º/1).
Bolsonaro, no entanto, disse que o governo de Lula já começa “capenga”, e que não não deixará de fazer oposição à nova gestão. Ele ainda afirmou que o “mundo não vai acabar no dia 1º de janeiro”, dia em que tem início o governo Lula.
“O quadro que está na frente agora, a partir de 1º de janeiro, não é bom. Não é por isso que nós vamos jogar a toalha, deixar de fazer oposição, deixar de criticar, deixar de conversar com os seus vizinhos, agora com muito mais propriedade, com muito mais conhecimento”, disse Bolsonaro.
“Não vamos achar que o mundo vai acabar dia 1º de janeiro e vamos para o tudo ou nada. Não tem tudo ou nada. Inteligência. Vamos mostrar que somos diferentes do outro lado”, acrescentou.